Vacina da Pfizer é segura e efetiva em crianças de 5 a 11 anos de idade

No dia 20 de setembro, a Pfizer e a BioNTech anunciaram que a vacina mRNA-baseada BNT162b2 é segura e muito eficaz (resposta imune) também em crianças com idades de 5 a 11 anos (Ref.1). O anúncio foi baseado em um estudo clínico ainda não publicado ou revisado por pares (!), mas as duas empresas rapidamente aplicaram à Administração de Drogas e Alimentos dos EUA (FDA) por autorização de uso do imunizante no território Norte-Americano para essa faixa de idade. Após análise dos dados do estudo clínico fornecidos, o FDA - equivalente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil (ANVISA) e um dos maiores órgãos regulatórios do mundo - autorizou o uso emergencial da BNT162b2 para crianças na faixa de idade investigada, atestando a alta eficácia e segurança reportada (Ref.2).

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(!) ATUALIZAÇÃO (09/11/21): O estudo completo foi publicado pós-revisão por pares no periódico de alto impacto The New England Journal of Medicine (Ref.4), corroborando a segurança e alta eficácia (>90%) da vacina nas crianças de 5 a 11 anos de idade.

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O estudo conduzido pela Pfizer (randomizado, placebo-controlado) englobou um total aproximado de 4700 crianças (5-11 anos de idade) em quatro países (EUA, Finlândia, Polônia e Espanha) e em meio à disseminação da variante de preocupação Delta. O reporte preliminar do estudo clínico envolveu 2268 crianças, onde dois terços do total recebeu duas doses da vacina separadas por três semanas, enquanto o restante recebeu uma solução salina (placebo). A dose ideal do princípio ativo determinada - com alta resposta imune e menos efeitos colaterais (febre, dor de cabeça, fatiga) - foi de 10 microgramas, um terço daquela dada a adultos e adolescentes. A análise da Pfizer englobou um número significativamente maior de participantes (incluindo análise de segurança em aproximadamente 4600 crianças, onde 1444 vacinados foram acompanhados por 2 meses após a segunda dose), e concluiu que:

- a vacina é 90,7% efetiva em prevenir COVID-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade;

- nenhum efeito adverso sério foi observado (próximo de 3100 vacinadas) (!).

Para crianças com menos de 5 anos de idade, testes clínicos já estão em andamento, avaliando uma dose de apenas 3 microgramas.

Hoje, nos EUA, crianças representam mais de 1 em cada 5 novos casos de COVID-19, e, em agosto, quase 30 mil crianças foram hospitalizadas, acompanhando o avanço da variante Delta pelo país. Em específico, de acordo com o Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC) (Ref.3), aproximadamente 8300 casos de COVID-19 envolvendo hospitalização foram registrados em crianças Norte-Americanas na faixa de idade de 5 a 11 anos. Até outubro, 17691 mortes por COVID-19 foram reportadas nos EUA em indivíduos com menos de 18 anos de idade, com 146 mortes em crianças com 5 até 11 anos. Apesar das crianças serem mais resistentes à infecção pelo SARS-CoV-2, uma parte significativa delas progride para um quadro mais severo e também podem adquirir a grave Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P).

> Leitura recomendada: Síndrome pós-COVID-19 danifica severamente o coração das crianças, assintomáticas ou não

A vacinação de crianças não é importante apenas para prevenir hospitalizações pediátricas. As vacinas reduzem drasticamente as taxas de transmissão e de replicação viral no corpo, reduzindo o risco de contaminação de indivíduos vulneráveis e o número de novas mutações e potenciais novas variantes de preocupação.

> A vacina da Pfizer é segura, muito eficaz e já está sendo aplicada em adolescentes e adultos. Sérios eventos adversos são raríssimos para ambos os grupos. Sugestão de leitura: Vacina da Pfizer é segura e altamente eficaz entre adolescentes de 12 a 15 anos, reforçam estudos

REFERÊNCIAS