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Vacina da Oxford é segura e induz forte resposta imune em idosos


Com os resultados preliminares já publicados em outubro, a vacina da Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca teve sua Fase 2 de testes clínicos detalhados hoje em um estudo publicado no periódico The Lancet (1), após revisão por pares. Os resultados completos mostraram que a vacina (ChAdOx1 nCoV-19) é segura e gerou uma forte resposta imune - tanto humoral quanto celular - em todas as faixas de idade, inclusive em idosos com mais de 70 anos - principal grupo de risco. Aliás, em pacientes com idades mais avançadas, a vacina se mostrou mais tolerável em termos de eventos adversos do que em adultos mais jovens. A vacina da Oxford é uma das quatro que estão em testes de Fase 3 no Brasil, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde está sendo avaliada sua eficácia na proteção contra a COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). 


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A vacina da Oxford - ChAdOx1 nCoV-19 (AZD1222) - é feita a partir de um vírus (ChAdOx1) que foi geneticamente modificado de um vírus de resfriado comum em chimpanzés, visando incapacitá-lo de se proliferar em humanos. No entanto, o vírus modificado ainda possui a capacidade de infectar células humanas e entregar o material genético responsável por expressar a proteína Spike (S) associada à estrutura proteica do SARS-CoV-2. Esse material genético foi artificialmente adicionado à estrutura do ChAdOx1 via edição genética.


A proteína S é crucial para a capacidade de infecção do SARS-CoV-2 - com a ajuda do receptor ACE2 (Como a COVID-19 mata?) - nas células humanas, e constitui as famosas coroas na superfície das partículas virais dos coronavírus. A proteína S é o alvo preferencial dos anticorpos humanos. Ao vacinar as pessoas com o ChAdOx1 nCoV-19, os cientistas esperam fazer o corpo reconhecer a proteína S e desenvolver respostas imunes específicas (anti-SARS-CoV-2) que irão ajudar a impedir que o vírus infecte as células humanas, prevenindo infecção e subsequente desenvolvimento da COVID-19.


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No estudo de Fase 2 - randomizado-controlado -, onde buscou-se determinar a eficácia imunogênica e de segurança da ChAdOx1 nCoV-19, foram recrutados 560 voluntários divididos em diferentes subgrupos de imunogenicidade dependentes da idade: 18-55 anos, 56-69 anos, e 70 anos ou mais. Em uma série de diferentes agrupamentos randomizados, os participantes ou receberam uma ou duas doses intramusculares da vacina ChAdOx1 nCoV-19 (2·2 x 10^10 partículas virais/dose) ou uma ou duas doses da vacina MenACWY (a qual protege contra meningite e sepse). Essa última vacina serve como um controle ativo, porque caso fosse injetado apenas uma solução salina, efeitos típicos de uma vacina não seriam observados (febre, dor de cabeça, vermelhidão no braço), o que resultaria nos participantes envolvidos saberem que estão ou não recebendo a vacina. Por isso, para evitar efeito placebo, um controle ativo é geralmente usado nesse tipo de estudo clínico randomizado.


Nos regimes de duas doses, a dose de reforço foi administrada 28 dias após a primeira. Do total de participantes, 160 possuíam idade de 18-55 anos, 160 idade 56-69 anos, e 240 tinham 70 anos ou mais de idade. Sete dos participantes não receberam a dose de reforço no grupo recebendo o regime de duas doses, 1 participante recebeu a vacina incorreta, e 3 foram excluídos das análises de imunogenicidade devido a uma falha de etiquetamento (identificação) das amostras. Nesse sentido, os dados de 552 participantes entraram para a análise final, 280 dos quais eram mulheres.


Os resultados mostraram que as reações locais e sistêmicas foram mais comuns nos participantes que receberam a vacina ChAdOx1 nCoV-19 do que naqueles que receberam a vacina de controle, mas menos comuns nos adultos com idade mais avançada (≥56 anos) e após a dose de reforço. As reações às vacinas foram leves a moderadas, e já esperadas, incluindo dor no local da injeção, febre baixa-moderada, dor muscular e dor de cabeça. No total, foram 13 eventos adversos sérios, nenhum dos quais associados a quaisquer uma das vacinas. 


Nos participantes que receberam duas doses da vacina ChAdOx1 nCoV-19, as repostas dos anticorpos IgG anti-proteína S do SARS-CoV-2 após 28 dias da dose de reforço foram altas e similares ao longo das três faixas de idade analisadas, o mesmo sendo observado para os níveis de anticorpos neutralizantes. Quatorze dias após a dose de reforço, 208 (>99%) dos 209 participantes que receberam duas doses expressaram anticorpos neutralizantes SARS-CoV-2-específicos. Respostas de células-T (imunidade celular) alcançaram um pico máximo 14 dias após uma única dose da ChAdOx1 nCoV-19, e em um nível robusto em todas as faixas de idade, e quantitativamente maior entre os participantes mais jovens (18-55 anos) e os mais velhos (≥70 anos).


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Os pesquisadores concluíram que a vacina ChAdOx1 nCoV-19 foi melhor tolerada em adultos com idade mais avançada do que nos mais jovens e induziu respostas imunogênicas similares em todas as faixas de idade. O perfil de segurança e de efetividade em termos de resposta imune, portanto, suportam a realização de testes clínicos de Fase 3, os quais estão sendo atualmente conduzidos no Brasil, na Índia e no Reino Unido.


Em agosto, o governo federal Brasileiro afirmou que iria investir R$ 1,9 bilhão para produção de 100 milhões de doses. No começo de novembro, a FioCruz anunciou um cronograma de produção e distribuição do imunizante no Brasil. Uma importante vantagem da vacina ChAdOx1 nCoV-19 é que suas doses podem ser armazenadas a temperaturas de 2-8°C, facilmente alcançadas por refrigeradores comuns, algo que dramaticamente facilita a distribuição e diminui os custos. 


> Várias vacinas promissoras e baseadas em diferentes tecnologias estão sendo hoje testadas em Fase 3, incluindo vacinas de mRNA, de adenovírus-vetor, de vírus inativado e de glicoproteína-S-adjuvante. Aqui no Brasil, as duas mais visadas são a vacina da Oxford/FioCruz e a vacina SinoVac/Butantan (CoronaVac). Para mais informações, acesse: 



Vacina da Oxford é segura e induz forte resposta imune em idosos Vacina da Oxford é segura e induz forte resposta imune em idosos Reviewed by Saber Atualizado on novembro 19, 2020 Rating: 5

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