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Mais evidência de ineficácia da hidroxicloroquina para tratar a COVID-19


Apesar das evidências muito limitadas e conflitantes, a hidroxicloroquina, isolada ou em combinação com azitromicina, continua sendo amplamente usada e recomendada para o tratamento de pacientes com COVID-19 ou mesmo como profilaxia contra a infecção do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Mais polêmica e desinformações foram fomentadas com a retratação de um recente estudo observacional no The Lancet que tinha encontrado substancial aumento nas taxas de mortes de pacientes hospitalizados com a doença (I). 

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> Observação: A cloroquina praticamente já não é mais usada em estudos clínicos visando pacientes com COVID-19, apenas a hidroxicloroquina. Além de mostrar uma eficácia antiviral in vitro três vezes menor contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), esse fármaco é 40% mais tóxico do que a hidroxicloroquina.
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Agora, em um estudo retrospectivo Norte-Americano publicado na prestigiada Cell (1), pesquisadores da Universidade de Virgínia, Universidade da Carolina do Sul e do Sistema de Tratamento de Saúde da Columbia VA, trouxeram mais uma evidência sugerindo não só ineficácia do medicamento como também um aumento no tempo de hospitalização dos pacientes recebendo hidroxicloroquina com ou sem azitromicina.

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O estudo incluiu dados clínicos de 807 pessoas hospitalizadas com COVID-19 em centros médicos de veteranos (Veterans Affairs, VA) ao longo dos EUA entre 9 de março e 29 de abril de 2020. Os pacientes hospitalizados dentro de 24 horas do diagnóstico (infecção com o SARS-CoV-2 confirmada com teste laboratorial) foram classificados com base na exposição à hidroxicloroquina isolada (HC) ou com azitromicina (HC+AZ) ou sem tratamento com hidroxicloroquina (controle). As principais resoluções clínicas analisadas foram as taxas de mortalidade e o uso de ventilação mecânica. 

Do total, 395 pacientes não receberam hidroxicloroquina em qualquer ponto durante a hospitalização. Entre aqueles que receberam hidroxicloroquina, 198 foram tratados com HC e 214 foram tratados com HC+AZ. A maioria dos pacientes que receberam hidroxicloroquina - cerca de 86% - receberam o medicamento antes de serem colocados sob ventilação mecânica.

Após ajuste estatístico para características clínicas, o risco de morte por qualquer causa foi maior no grupo HC mas não no grupo HC+AZ quando comparado com o grupo de controle. Os pesquisadores também encontraram que o tempo de hospitalização foi 33% mais longo no grupo HC e 38% mais longo no grupo HC+AZ do que no grupo de controle. Condições pré-existentes de risco como doença cardiovascular, doença pulmonar obstrutiva crônica e diabetes foram relativamente comuns e similares ao longo dos três grupos analisados.

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Duas importantes características do estudo reforçam seus achados. Primeiro, devido ao fato de ter empregado dados de um compreensivo sistema eletrônico de registros médicos (VINCI), ao invés de reportes de asseguradoras de saúde, os pesquisadores foram capazes de aplicar rigorosas análises sobre co-fatores identificados e evolução dos quadros clínicos. Em segundo lugar, devido ao fato dos dados terem origem de um sistema de saúde nacional integrado, os achados foram menos suscetíveis a análises tendenciosas que podem ocorrer em um estudo que foca em um centro único de saúde ou região específica.

Existem também limitações no estudo, como o fato da média de idade dos pacientes analisados ter sido 70 anos (apesar de 1/4 dos pacientes terem idades variando de 22 a 60 anos), e o fato da maior parte dos pacientes (96%) serem homens (já que refletem em sua maioria militares veteranos). Além disso, claro, o uso da hidroxicloroquina analisado visou pacientes hospitalizados, e os achados podem não se aplicar para um uso não-hospitalar ou como profilaxia (II). Mas lembrando que as agências de saúde não recomendam o uso de hidroxicloroquina visando a COVID-19 fora de um centro hospitalar e fora de um estudo clínico.

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(II) Sobre o uso profilático pós-exposição, um estudo publicado recentemente no periódico The New England Journal of Medicine trouxe evidências sugerindo ineficácia da hidroxicloroquina. Para mais informações, acesse: Hidroxicloroquina não previne COVID-19, sugere estudo de alta qualidade

> As evidências científicas acumuladas até o momento apontam para uma ineficácia da hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19. Para mais informações - incluindo meta-análises e revisões sistemáticas -, acesse: Cloroquina e hidroxicloroquina são efetivos contra o novo coronavírus?
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(1) Publicação do estudo: MED (Cell)

Mais evidência de ineficácia da hidroxicloroquina para tratar a COVID-19 Mais evidência de ineficácia da hidroxicloroquina para tratar a COVID-19 Reviewed by Saber Atualizado on junho 05, 2020 Rating: 5

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