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Cientistas reportaram fósseis pertencentes ao maior pinguim conhecido

Figura 1. Ilustração retratando um espécime de Kumimanu fordycei em meio à espécie de menor porte Petradyptes stonehousei, os quais coabitaram há cerca de 55 milhões de anos.

Na Nova Zelândia, pesquisadores recentemente reportaram a descoberta de mais um fóssil de pinguim gigante (1) e, dessa vez, um novo recorde em termos de massa corporal estimada. A nova espécie recordista - nomeada Kumimanu fordycei - foi descrita em um estudo publicado no periódico Journal of Paleontology (Ref.1), o qual também descreveu uma segunda espécie de pinguim gigante (Petradyptes stonehousei) ~100 kg menos massiva mas ainda maior do que os maiores pinguins modernos (Fig.1-2). O K. fordycei é o mais massivo pinguim conhecido até o momento, com massa corporal estimada de 150 kg quando adulto. Para efeito de comparação, o pinguim-imperial (Aptenodytes forsteri) é o maior pinguim não-extinto e possui 1,2 metro de altura e apenas 45 kg de massa corporal (Fig.3).


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(1) Para mais informações: Cientistas descobriram dois monstros: um papagaio e um pinguim gigantes


> O mais alto pinguim hoje conhecido pertence à espécie extinta Palaeeudyptes klekowskii, com estimados 2 metros de altura e cerca de 116 kg. Seus fósseis foram descobertos na Ilha de Seymour, na costa da Antártica, em uma formação geológica do Eoceno Médio-Oligoceno Inicial. Ref.3


> No novo estudo, os pesquisadores não estimaram a altura do K. fordycei por causa da ausência de ossos da perna. Uma espécie extinta do mesmo gênero (K. biceae) tem sido estimada de exibir 1,77 m, talvez espelhando a altura aproximada do K. fordycei.

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Figura 2. Fósseis de pinguins são conhecidos principalmente a partir de ossos dos braços e das pernas e, nesse sentido, as estimativas para altura possuem considerável faixa de incerteza. Na ilustração, são mostrados os ossos fossilizados conhecidos e associados às espécies extintas Kumimanu fordycei (à esquerda) e Petradyptes stonehousei (no centro). À direita, esqueleto de um pinguim-imperial.


Figura 3. Grupo de pinguins-imperiais (A. forsteri).

Os fósseis de K. fordycei foram datados em ~57 milhões de anos arás, colocando essa espécie muito próxima - em termos filogenéticos - dos primeiros pinguins que emergiram no planeta.  


PINGUINS E NOVA ZELÂNDIA


Pinguins são aves marinhas não-voadoras pertencentes à ordem Sphenisciformes e família Spheniscidae, sendo organizados em seis gêneros e 18 espécies que estão distribuídas somente no Hemisfério Sul, e não necessariamente associadas ao gelo. Das espécies de pinguins que existem, somente duas se reproduzem estritamente na Antártica. As demais espécies podem ser encontradas na Nova Zelândia, Galápagos, África do Sul, Ilhas subantárticas, e na América do Sul. 


As asas dos pinguins são adaptadas em forma de nadadeira, o que lhes confere uma alta capacidade de mergulho rápido. As penas de tamanho pequeno, presentes em alta densidade e minuciosamente organizadas ao longo de todo o corpo, com exceção das patas e bico, permitem que estas aves permaneçam por um longo período de tempo dentro da água, sem ocorrer hipotermia. As patas possuem membranas interdigitais as quais possibilitam melhor desempenho na água. 


As diferentes espécies de pinguins são morfologicamente muito similares entre si, mas exibindo notáveis variações dimensionais. Entre as espécies não-extintas, existem pinguins tão pequenos quanto 40 cm de altura (ex.: Eudyptula minor) e tão grandes quanto o pinguim-imperador (até ~1,2 m de altura). Essas variações dimensionais são ainda mais extremas considerando o registro fóssil.


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A região associada à Nova Zelândia é repleta de fósseis de pinguins, incluindo linhagens primordiais, e, nesse sentido, cientistas especulam que essa região foi onde essas aves marinhas primeiro evoluíram. O mais antigo fóssil de pinguim conhecido (gênero Waimanu) data de ~62 milhões de anos e os parentes evolutivos mais próximos dos pinguins são os petréis (aves marinhas das famílias Procellariidae e Pelecanoididae). É sugerido que os pinguins evoluíram de aves voadoras que mergulhavam no mar na busca de alimento ao longo de voos sobre a superfície marinha, usando os pés e asas para propulsão na água. Ao longo do tempo, essas aves semi-aquáticas se tornaram cada vez mais adaptadas ao ambiente aquático, com as se transformando em "nadadeiras" otimizadas para o nado.


A perda de voo teria permitido aos primeiros pinguins acumular mais massa corporal, já que não precisavam mais sustentar o peso no ar. Com base nos fósseis até o momento conhecidos, gigantismo parece ter evoluído muito cedo entre os antigos pinguins. Um corpo grande pode ter ajudado a reduzir a quantidade de energia necessária para mergulhos, permitido a captura de presas maiores e, mais importante, é uma estratégia muito eficiente para conservar a temperatura corporal em águas frias. O gigantismo pode ter favorecido a dispersão e s conquista de novos habitas para os pinguins ao redor do mundo, alcançando desde a Antártica até o Peru.


Pinguins gigantes persistiram ao longo do Paleogeno (66-23 milhões de anos atrás), mas acabaram sendo extintos há cerca de 20 milhões de anos. A causa primária desse evento de extinção é incerta, mas cientistas acreditam que competição com outros predadores é a principal culpada, especialmente considerando que esse evento coincidiu com a dispersão de focas ao longo do Hemisfério Sul.



REFERÊNCIAS

  1. Ksepka et al. (2023). Largest-known fossil penguin provides insight into the early evolution of sphenisciform body size and flipper anatomy. . Journal of Paleontology, 97(2), 434-453. https://doi.org/10.1017/jpa.2022.88
  2. https://www.nhm.ac.uk/discover/news/2023/february/largest-ever-penguin-species-discovered-new-zealand.html
  3. Hospitaleche, C. A. (2014). New giant penguin bones from Antarctica: Systematic and paleobiological significanceNouveaux os de manchots géants de l’Antarctique : importance systématique et paléobiologique. Comptes Rendus Palevol, Volume 13, Issue 7, Pages 555-560. https://doi.org/10.1016/j.crpv.2014.03.008
Cientistas reportaram fósseis pertencentes ao maior pinguim conhecido Cientistas reportaram fósseis pertencentes ao maior pinguim conhecido Reviewed by Saber Atualizado on agosto 04, 2023 Rating: 5

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