Cientistas descobriram dois monstros: um papagaio e um pinguim gigantes

(1) O modelo 3D pode ser conferido aqui.


Pesquisadores do Museu Canterbury e do Museu de História Nautral Senckeberg em Frankfut, Alemanha,  revelaram uma nova espécie extinta de pinguim gigante, a partir da análise de fósseis encontrados em Waipara, North Canterbury, Nova Zelândia. Com 1,6 metro de comprimento e massa estimada entre 70 e 80 kg, o gigantesco pinguim recebeu o nome (espécie) de Crossvallia waiparensis, e foi datado em 66 milhões e 56 milhões de anos atrás, durante o Paleoceno. E também na Nova Zelândia, pesquisadores da Universidade de Flinders, UNSW Sydney e do Museu Canterbury, revelaram outro monstro já extinto: um papagaio de 1 metro de altura e pesando 7 kg!

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O C. wiparensis é um dos mais antigos pinguins (Sphenisciformes) conhecidos e também um dos maiores, vencendo em dimensões o hoje vivo Pinguim-Imperador (Aptenodytes forsteri), cuja altura fica em torno de 1,2 metro e massa corporal em torno de 37 kg. Segundo os pesquisadores, seu mais próximo parente evolutivo já descoberto é a espécie Crossvallia unienwillia, descrita a partir de um esqueleto parcial fossilizado encontrado no Vale Cross, na Antártica, em 2000. Também vivendo no Paleoceno, essa espécie habitava uma Antártica coberta parcialmente de florestas, em um período bem mais quente do que hoje, e alcançava uma altura de 1,4 metro.

A descoberta de dois pinguins dessa época possuindo dimensões corporais muito grandes reforça a hipótese de que essas aves já retinham um grande tamanho desde muito cedo no percurso evolucionário.

O achado foi publicado no periódico Alcheringa: An Australasian Journal of Palaeontology.

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Já o papagaio gigante encontrado quebra todos os recordes, e é duas vezes maior do que o criticamente ameaçado de extinção Kakapo (Strigops habroptilus), até o momento o maior papagaio conhecido de já ter habitado o planeta. E assim como o kakapo, o Heracles inexpectatus - nome em homenagem ao semi-deus da Mitologia Grega Hércules - era um membro de um antigo grupo de psitaciformes da Nova Zelândia que parecem ser mais primitivos do que os papagaios que vivem hoje na Austrália e em em outros continentes.

Datado em mais de 19 milhões de anos atrás, a ave extinta é do período Mioceno e foi encontrada próximo de St Bathans, em Central Otago, em uma área bem conhecida de conter um rico registro fóssil de aves desse período. Possuía um massivo e poderoso bico, e, aliado ao seu tamanho, provavelmente tinha uma dieta bem diferente dos outros papagaios, possivelmente se alimentando até mesmo de aves desse grupo. Assim como outras aves insulares, essa espécie reforça o notável gigantismo e frequente perda da habilidade de voo impostos pelos processos evolutivos associados às ilhas, em específico à expansão de nichos.

O achado foi publicado no periódico Biology Letters.