Cientistas usam engenharia genética para aumentar o conteúdo proteico do milho, e a partir de um gene ancestral do próprio milho

[21 de novembro de 2022] - O teosinto (subespécie Zea mays parviglumis), ancestral selvagem do milho (Z. m. mays), tem pouca semelhança com o milho que conhecemos nos dias de hoje, pois suas espigas são pequenas e seus poucos grãos são protegidos por uma espécie de invólucro praticamente impenetrável. Porém, curiosamente, essa planta possui três vezes mais conteúdo proteico na semente do que a maioria dos cultivares modernos de milho (incluindo híbridos), mas o mecanismo para esse traço era até o momento desconhecido.

Agora, em um estudo recentemente publicado no periódico Nature (1), cientistas identificaram um gene único do teosinto responsável por aumento do conteúdo de proteínas nas sementes, chamado de THP9 (Teosinte High Protein 9), localizado no cromossomo 9. A inserção de gene em cultivares modernos de milho otimizou o acúmulo de aminoácidos livres, especialmente asparagina, na estrutura das plantas, aumentando o conteúdo proteico das sementes sem afetar o rendimento agrícola. A variante transgênica (Zhengdan 958-T) - capaz de melhor aproveitar os recursos nitrogenados do solo para a síntese proteica - pode aumentar a produção de milho mesmo em solos pobres em nitrogênio ou reduzir significativamente a necessidade de adubos nitrogenados

(!) REFERÊNCIA

• Huang et al. (2022). THP9 enhances seed protein content and nitrogen-use efficiency in maize. Nature 612, 292–300. https://doi.org/10.1038/s41586-022-05441-2