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Cientistas rastreiam toda a movimentação de um mamute ao longo da sua vida no Alasca


[Originalmente publicado em 13 de agosto de 2021] - Em um estudo publicado no periódico Science (Ref.1), pesquisadores analisaram isótopos de estrôncio e de oxigênio coletados de uma presa de mamute da espécie Mammuthus primigenius de 1,7 metros de comprimento - datada em 17,1 mil anos de idade - para determinar os padrões de movimentação ao longo da vida desses grandes mamíferos da Última Era do Gelo. O espécime analisado dono da presa viveu por aproximadamente 28 anos e foi encontrado na Inclinação Norte do Alasca, no Círculo Ártico.


A presa analisada foi dividia ao meio ao longo do seu comprimento, sendo gerados, através de laser e outras técnicas analíticas, cerca de 400 mil dados pontuais microscópicos associados às bandas de crescimento. As presas de um mamute crescem de forma gradual e regular, com a adição diária de novas camadas. A composição química das bandas de crescimento foram comparadas com aquela de centenas de pequenos roedores ao longo do Alasca conservados em coleções de museus, e a um mapa geológico do Alasca e noroeste do Canadá. Na foto em destaque na imagem acima (!), seção transversal da presa analisada.


Os resultados da análise mostraram que o mamute viajou tão amplamente na região onde hoje é o Alasca que a distância total correspondente equivaleria a uma viagem do animal ao redor da Terra por quase duas vezes!


Durante grande parte da sua vida, o mamute permaneceu na bacia do Rio Yukon e no interior do Alasca, onde fez repetidas viagens de longa distância entre territórios menores. O comportamento migratório mostrou-se similar àquele de grupos modernos de elefantes, sugerindo que o jovem mamute estava se movimento com um rebanho.


Quando completou cerca de 15-16 anos de idade, os padrões isotópicos se tornaram mais variáveis. O mamute provavelmente foi expulso do rebanho, como observado com elefantes modernos machos, e começou a se movimentar de forma mais livre e a mais longas distâncias. Por cerca de 1 década, ele viajou cobrindo uma área enorme do Alasca.


No último ano e meio da sua vida, o mamute limitou seu deslocamento a uma única região próxima da costa norte do Alasca, onde parece ter passado fome e essa foi provavelmente a causa da sua morte.


Cientistas ainda não sabem todos os fatores que levaram os mamutes à extinção - último grupo conhecido desapareceu há certa de 4 mil anos -, além da caça predatória por grupos humanos (1). Mudanças climáticas é uma suspeita, sendo que a extinção coincidiu com um período no qual o planeta estava se aquecendo e grande parte do habitat desses animais estava se tornando mais quente, úmido e mais florestado. Considerando o amplo alcance migratório e de movimentação dessa espécie, sugerido pela antiga presa analisada, a perda de habitat pode ter sido um fator importante para a extinção, corroborando evidências prévias (Ref.2).


(1) Leitura recomendada: Humanos foram hipercarnívoros durante a maior parte da nossa linhagem evolutiva


Análise isotópica de mais presas podem ajudar a esclarecer mais sobre a biologia desses mamíferos e as causas de extinção.


REFERÊNCIAS

  1. Wooller et al. (2021). Lifetime mobility of an Arctic woolly mammoth. Science, Vol. 373, No. 6556. https://doi.org/10.1126/science.abg1134
  2. https://www.nature.com/articles/ncomms1881
Cientistas rastreiam toda a movimentação de um mamute ao longo da sua vida no Alasca Cientistas rastreiam toda a movimentação de um mamute ao longo da sua vida no Alasca Reviewed by Saber Atualizado on julho 02, 2022 Rating: 5

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