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Boa parte dos sobreviventes da COVID-19 acabam desenvolvendo doenças cerebrais

 
No maior estudo até o momento sobre a COVID-19, publicado ontem no periódico The Lancet Psychiatry (1), pesquisadores encontraram que 1 em cada 3 indivíduos recuperados da COVID-19 receberam um diagnóstico neurológico ou psiquiátrico dentro de 6 meses após a infecção com o vírus SARS-CoV-2. Essa conclusão veio após a análise observacional dos registros clínicos de quase 240 mil pacientes, e com base de referência em 14 transtornos neurológicos e mentais. Transtornos de humor e de ansiedade foram os diagnósticos mais comuns, mas demência e derrames foram também diagnosticados em um significativo percentual dos indivíduos analisados.


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Desde que a pandemia da COVID-19 começou em 11 de março de 2020, tem existido crescente preocupação de que os sobreviventes da doença podem estar em um risco aumentado de transtornos neurológicos. Essa preocupação, inicialmente baseada em evidências prévias de outras pandemias com coronavírus, foi seguida por um rápido aumento de relatos de casos de sequelas neurológicas e psiquiátricas, reforçando o envolvimento da doença ou mesmo do vírus no sistema nervoso central. Evidências acumuladas (!) sugerem que o SARS-CoV-2 pode causar danos cerebrais via infecção viral direta ou indiretamente através do excesso de resposta imune-inflamatória do corpo (ex.: tempestade de citocinas). 


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No novo estudo, os pesquisadores utilizaram uma rede de registros eletrônicos de saúde para investigar a incidência de diagnósticos neurológicos e psiquiátricos em sobreviventes da COVID-19 nos 6 meses após a infecção viral clinicamente documentada, comparando os riscos associados com aqueles seguindo recuperação de outras condições de saúde. Além disso, os pesquisadores exploraram se a severidade da COVID-19 – com base nas características de hospitalização, admissão na unidade de terapia intensiva (UTI), e encefalopatia – afetava esses riscos. 


Na análise final, os pesquisadores englobaram 236379 sobreviventes da COVID-19 – hospitalizados e não-hospitalizados – e estimaram a incidência de 14 resultados neurológicos e psiquiátricos nesses indivíduos: hemorragia intracraniana; derrame isquêmico; parkinsonismo; síndrome de Guillain-Barré; desordens nos nervos, raízes dos nervos e plexos; doenças nos músculos e junção mioneural; transtornos no uso de substâncias; e insônia. Nos 6 meses seguintes à recuperação da COVID-19, a incidência estimada de diagnósticos neurológicos ou psiquiátricos foi de 33,62%, com quase 13% dos pacientes recebendo pela primeira vez tais diagnósticos. Para os pacientes que foram admitidos em uma UTI, a incidência estimada foi de 46,42%, e para um primeiro diagnóstico foi de 25,79%. Para aqueles que experienciaram delírio (encefalopatia), a incidência estimada foi de 62%. 


Em relação a diagnósticos individuais, o estudo estimou incidências (arredondadas) de: 


- 0,6% para hemorragia intracraniana (3% pós-UTI); 

- 2,1% para derrame isquêmico (7% pós-UTI); 

- 0,1% para parkinsonismo (0,3% pós-UTI); 

- 0,7% para demência (1,7% pós-UTI); 

- 17% para transtorno de ansiedade (19,2% pós-UTI); 

- 1,4% para transtornos psicóticos (2,7% pós-UTI); 

- 14% para transtornos de humor (15,4% pós-UTI);

- 7% para transtornos de mau uso de substâncias (10,1% pós-UTI); 

- 5% para insônia (7% pós-UTI)


Após levar em conta outras características clínicas de cada paciente, como idade, sexo, etnia e comorbidades prévias, os pesquisadores encontraram um risco geral 44% maior de diagnósticos psiquiátricos ou neurológicos em pacientes que tiveram COVID-19 em relação a pacientes que tiveram gripe, e 16% maior em relação a pacientes que tiveram outras infecções do trato respiratório. Os pesquisadores concluíram que a COVID-19 está associada com um maior risco de transtornos psiquiátricos e neurológicos – especialmente para pacientes hospitalizados –, mas não para todas as condições, como a Síndrome de Guillain-Barré. 


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Mais estudos são necessários para melhor esclarecer os mecanismos ligando a COVID-19 a essas doenças cerebrais, para que tais efeitos colaterais possam ser prevenidos durante a hospitalização. O estudo também reforça que a preocupação com a COVID-19 persiste mesmo após a recuperação, algo inclusive já realçado com a preocupante Síndrome Multissistêmica Pediátrica Pós-COVID-19 nas crianças e adolescentes, e pelo fato da COVID-19 estar associada com sérios danos cardíacos. Indivíduos recuperados dessa doença, especialmente pós-hospitalização, precisam estar mais alertas para problemas de saúde diversos.


(1) Publicação do estudohttps://www.thelancet.com/journals/lanpsy/article/PIIS2215-0366(21)00084-5/fulltext

Boa parte dos sobreviventes da COVID-19 acabam desenvolvendo doenças cerebrais Boa parte dos sobreviventes da COVID-19 acabam desenvolvendo doenças cerebrais Reviewed by Saber Atualizado on abril 07, 2021 Rating: 5

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