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Estudo confirma que a COVID-19 pode causar um verdadeiro caos no cérebro


Segundo um estudo de alerta publicado no periódico Brain (1), complicações neurológicas da COVID-19 - doença causada pela infecção com o novo coronavírus (SARS-CoV-2) - podem incluir delírio, inflamação do cérebro, derrame e danos nervosos. Além disso, essas condições neurológicas nem sempre se correlacionam com a severidade dos sintomas respiratórios, com alguns pacientes apresentando as complicações como primeira e principal manifestação da COVID-19. O alerta reforça dois estudos recentes publicados nos periódicos Annals of Neurology e no Journal of Alzheimer's Disease que também alertaram para os extensivos danos ao sistema nervoso que potencialmente podem ser causados pela COVID-19 (I). 

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No novo estudo, pesquisadores da University College London, Reino Unido, analisaram em detalhes os sintomas neurológicos de 43 pacientes (idades de 16 a 85 anos) tratados no Hospital Nacional para Neurologia e Neurocirurgia (UCLH), os quais tinham ou COVID-19 confirmada (via RT-PCR) ou suspeita (diagnóstico provável/possível de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde). Do total, 29 tinham testado positivo e de forma conclusiva, oito provavelmente tinham e seis possivelmente tinham. 

Na análise desses pacientes, os pesquisadores identificaram 5 principais categorias (conjunto de sintomas): 

i) 10 apresentavam encefalopatias com psicose/delírio e nenhuma anormalidade distinta apontada por imagem de ressonância magnética (IRM) ou análise do líquido cefalorraquidiano, e com 9 deles se recuperando totalmente ou parcialmente com apenas tratamento básico de suporte. 

ii) 12 com síndromes inflamatórias do sistema nervoso central incluindo: 2 deles encefalite (desenvolvida durante ou após a infecção), 9 com com encefalomielite disseminada aguda, 5 com hemorragia, 1 com necrose e 2 com mielite (1 mielite isolada). Desse total, 10 foram tratados com corticosteroides, e três desses pacientes também receberam imunoglobulina intravenosa. Um deles se recuperou completamente, 10 tiveram uma recuperação parcial e um paciente morreu.

iii) 8 com derrame isquêmico associado com um estado pró-trombótico (quatro com tromboembolismo pulmonar), com um deles indo a óbito.

iv) 8 com desordens neurológicas periféricas, sete deles com a síndrome de Guillain-Barré, um com plexopatia. Seis dos pacientes estão ainda em recuperação parcial.

v) 5 com desordens miscelâneas centrais que não se encaixavam nas outras categorias. 


Os pesquisadores concluíram que a infecção pelo SARS-CoV-2 está associada com um amplo espectro de síndromes neurológicas afetando do todo o eixo neural, incluindo a vasculatura cerebral e, em alguns casos, respondendo a imunoterapias. Outra observação feita pelos pesquisadores foi a inesperada e alta incidência de encefalomielites disseminadas agudas, particularmente com mudança hemorrágica. Essa complicação em específico não estava relacionada à severidade da COVID-19, é uma rara condição tipicamente vista em crianças e que pode ser engatilhada por infecções virais.

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Em um comentário para o jornal da University College London (2), um dos autores do estudo, Dr. Michael Zandi, alertou: "Nós devemos ficar vigilantes e monitorar essas complicações em pessoas que tiveram COVID-19. Se nós veremos uma epidemia em larga escala de danos cerebrais ligados à pandemia - talvez de forma similar ao surto de encefalite letárgica nas décadas de 1920 e de 1930 após a pandemia da Gripe Espanhola de 1918 - ainda permanece incerto."

Assim como um reporte recente no periódico The New England Journal of Medicine (II) - onde não foi encontrada evidência de infecção viral direta do vírus no tecido cerebral de um grupo de pacientes que foram a óbito -, os pesquisadores no novo estudo não detectaram o SARS-CoV-2 no fluído cérebro-espinhal de qualquer um dos pacientes testados, sugerindo também que o vírus não atacou diretamente o cérebro. Nesse sentido, mais estudos precisam ser feitos para entender como a COVID-19 está causando essas complicações cerebrais. No entanto, os pesquisadores encontram evidência de que os quadros de inflamação cerebral foram provavelmente causados por uma resposta imune à infecção viral.

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Ainda segundo os autores, os médicos precisam ficar mais atentos aos efeitos neurológicos da COVID-19, já que quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o prognóstico dos pacientes afetados. Além disso, indivíduos que foram já infectados pelo SARS-CoV-2 precisam procurar atendimento médico caso experienciem sintomas neurológicos, mesmo na ausência/resolução dos sintomas respiratórios.


(1) Publicação do estudo: Brain

(2) Referência adicional: UCL

Estudo confirma que a COVID-19 pode causar um verdadeiro caos no cérebro Estudo confirma que a COVID-19 pode causar um verdadeiro caos no cérebro Reviewed by Saber Atualizado on julho 09, 2020 Rating: 5

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