Máscaras não causam prejuízo respiratório durante exercícios físicos exaustivos, sugerem estudos
Mais um estudo, dessa vez publicado no periódico International Journal of Environmental Research and Public Health (1), trouxe evidência experimental de que as máscaras não causam prejuízos para a respiração das pessoas, mesmo em indivíduos com graves doenças respiratórias (2) e durante a prática de exercícios físicos desgastantes. Sensações de falta de ar, em muitos casos, pode ser devido a efeitos neurológicos ou psicológicos, não fisiológicos (2).
No estudo, os pesquisadores analisaram 14 homens e mulheres saudáveis e ativos (idade média de 28 anos), e controlaram para co-fatores de interferência como dieta, atividade física prévia e sono durante as 24 horas antes dos experimentos.
Todos os participantes realizaram um exercício de bicicleta até a exaustão (6-12 minutos dependendo do indivíduo), e em três cenários: usando máscara cirúrgica, usando máscara de tecido (caseira, com três camadas) e sem uso de máscara.
Analisando os níveis de oxigênio no sangue (arterial) e nos músculos ao longo dos testes via ferramentas de medida não-invasivas, os pesquisadores não encontraram impacto perceptível nos níveis de oxigenação, e nem na performance dos voluntários.
Um estudo similar publicado em setembro no periódico Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports (3), analisando 16 homens saudáveis com média de idade de 34 anos - cada um deles servindo como seu próprio controle -, também não encontrou diferenças significativas na taxa cardíaca, na pressão sanguínea, na taxa respiratória, na saturação de oxigênio e também no tempo de exaustão durante um exercício físico exaustivo (bicicleta ergonométrica até a falha) de curta duração com máscara cirúrgica, com máscara N95 ou sem máscara.
Por fim, um robusto estudo de revisão publicado esta semana no periódico Annals of the American Thoracic Society (4) concluiu que enquanto sensações de dispneia podem aumentar, existe pouca evidência empírica de que usar uma máscara significativamente diminui a função pulmonar, mesmo durante exercícios pesados. Segundo os autores do estudo, as mudanças que ocorrem na concentração de gases circulantes como oxigênio (O2) e dióxido de carbono (CO2) ou outros parâmetros fisiológicos são pequenas - frequentemente negligíveis -, e não existem também evidências suportando quaisquer diferenças baseadas no sexo e na idade em relação a essas respostas fisiológicas durante os exercícios e uso concomitante de máscaras. No entanto, eles alertaram que uma provável exceção seriam indivíduos com severos problemas cardiopulmonares, onde pequenas resistências à respiração ou pequenas mudanças nos gases sanguíneos podem deflagrar uma dispneia de intensidade suficiente para afetar a capacidade de realização dos exercícios físicos.
Usar uma máscara pode ser desconfortável, pode existir um pequeno aumento na resistência respiratória, o ar inalado por ficar mais quente, e um pouco mais enriquecido com CO2. E, caso a pessoa esteja realizando exercícios físicos, a máscara pode fazer o rosto ficar quente e bem suado. Porém, tudo isso impacta mais o psicológico, não o fisiológico.
> Para mais informações sobre os melhores materiais para a construção de máscaras e aqueles que devem ser evitados, acesse: https://bit.ly/3p72zRD
(1) Publicação do estudo: https://www.mdpi.com/1660-4601/17/21/8110
(2) Leitura complementar: Máscaras não causa prejuízos respiratórios nem mesmo em indivíduos com graves danos pulmonares
(3) Publicação do estudo: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/sms.13832
(4) Publicação do estudo: https://www.atsjournals.org/doi/abs/10.1513/AnnalsATS.202008-990CME
Reviewed by Saber Atualizado
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novembro 16, 2020
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