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Mais um ano quente em 2018 e com recorde de emissão de gases estufas


Segundo o relatório anual State of the Climate in 2018 divulgado recentemente pela Sociedade Americana de Meteorologia em parceria com a Agência Climática do Governo Norte-Americano (1), a emissão de gases causadores do efeito estufa atingiu um recorde histórico em 2018, mesmo após o comprometimento de vários países com o Acordo de Paris de frear e reverter essa tendência. E, novamente, tivemos um ano quente marcado por notáveis efeitos das mudanças climáticas. Não existe espaço para fatores não-antropogênicos estarem atuando para esse fenômeno. O relatório foi produzido a partir de estudos de 475 cientistas climáticos em 57 países.

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De acordo com o relatório, em 2018 os gases estufas dominantes liberados na atmosfera da Terra - dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) - continuaram a aumentar mesmo sob os alertas da comunidade científica. A média anual global da concentração de CO2 na superfície do nosso planeta foi de 407 ± 0,1 ppm (partes por milhão) - aumento de 2,4 ± 0,1 ppm em relação a 2017 -, o mais alto valor no registro instrumental moderno e nos registros de núcleos de gelo datando até 800 mil anos atrás. Combinados, os gases estufas e vários gases halogenados contribuíram acima de 3 Wm^(-2) para a força radiativa, representando um aumento de quase 43% desde 1990. O CO2 foi responsável por cerca de 65% dessa força radiativa. A força radiativa é a diferença entre a insolação (luz do sol) absorvida pela Terra e a energia radiada de volta ao espaço (2). Quando maior a diferença, maior o efeito estufa.

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(2) Para saber mais, acesse: Aquecimento Global: Uma Problemática Verdade

Com um enfraquecimento da La Niña (fenômeno caracterizado pela diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental) no começo de 2018 em transição para o El Niño (fenômeno caracterizado por alterações na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico) já no final do mesmo ano, a temperatura da superfície global (terra e oceano) foi a quarta maior no registro, com apenas o período de 2015 a 2017 sendo os mais quentes (variações desse tipo na tendência geral de aquecimento são normais, e geralmente expressam uma redistribuição do excesso de calor nas massas oceânicas). Vários países Europeus reportaram um recorde de altas temperaturas.

Houve também mais altos, do que baixos, extremos de temperatura em relação a todos os 68 anos com recordes de temperaturas extremas. Madagascar registrou um registro diário de temperatura de 40,5°C em Morondawa em março, enquanto que a Coreia do Sul registrou seu recorde de alta de 41,0°C em agosto em Hongcheon. Nawabshah, no Paquistão, registrou sua mais alta temperatura de 50,2°C, o qual pode ser um novo recorde mundial diário para abril. Globalmente, a temperatura da baixa troposfera foi a terceira mais alta em sete recordes, dependendo do conjunto de dados analisado. A mais baixa temperatura estratosférica (12-25 km) foi aproximadamente a quinta mais baixa (mais uma vez corroborando o cenário de aquecimento global fomentado pelo efeito estufa, não por atividade solar - a qual, de fato, vêm mostrando uma tendência completamente oposta ao aquecimento global).

A temperatura da superfície de terra firme da região Ártica foi 1,2°C acima da média de 1981 até 2010, representando o terceiro maior recorde em 118 anos, seguindo 2016 e 2017. A extensão de cobertura da neve Ártica de junho foi quase metade de 35 anos atrás. Ao longo da Groenlândia, no entanto, as temperaturas regionais de verão foram geralmente abaixo ou próximo da média. Somando-se a isso, uma análise de satélite de 47 geleiras na Groenlândia indicaram um aumento total na área pela primeira vez desde que os registros começaram em 1999 (algo que mudou drasticamente este ano). O aumento das temperaturas nas camadas de terra congelada foram reportadas na maior parte dos locais observados no Ártico, com o aumento geral de 0,1-0,2°C entre 2017 e 2018 sendo comparável à maior taxa de aquecimento jamais observada na região.

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Em 17 de março, a extensão do gelo no mar Ártico marcou o segundo menor máximo anual no registro de 38 anos, maior do que apenas 2017. A extensão mínima em 2018 foi alcançada em 19 de setembro e novamente em 23 de setembro, se juntando a 2008 e a 2010 para a sexta menor extensão no registro. Regionalmente, a extensão de gelo do Mar de Bering esteve no registro das mais baixas por quase toda a temporada de gelo de 2017/2018.

Para o continente Antártico como um todo, 2018 foi mais quente do que a média. Nos mais altos pontos do Planalto Antártico, a estação climática automática Relay (latitude 74°S) quebrou ou equiparou seis recordes mensais de temperatura ao longo do ano, com agosto quebrando seu recorde por quase 8°C. No entanto, condições mais frias no oeste do Mar de Bellingshausen e no setor do Mar Amundsen contribuíram para uma temporada de baixo derretimento, em geral, para 2017/2018. Altas temperaturas superficiais marinhas (SSTs) contribuíram para uma baixa extensão do gelo marinho no verão nos Mares de Ross e de Weddell em 2018, marcando a segunda mais baixa extensão do gelo marinho Antártico no registro. E apesar de condições condutivas para sua formação, o buraco na camada de ozônio em sua máxima extensão em setembro foi próximo da média de 2000 até 2018, provavelmente devido a um contínuo e lento declínio na concentração atmosférica de monóxido de cloro.

Ao longo dos oceanos, a média global da SST diminuiu levemente desde o recorde do El Niño no ano de 2016, mas estava ainda acima da média climatológica. Na média, a SST está aumentando a uma taxa de 0,10°C ± 0,01°C por década desde 1950. O aquecimento pareceu o maior no Oceano Índico tropical e o menor no Pacífico Norte. As águas mais profundas dos oceanos continuam a se aquecer ano após ano. Pelo sétimo ano consecutivo, a média global anual do nível dos mares se tornou a maior no registro de 26 anos, aumentando para 81 mm acima da média de 1993. Como antecipado em um aquecimento climático, o ciclo hidrológico sobre o oceano está acelerando: regiões secas estão se tornando mais secas e regiões úmidas mais chuvosas.

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Mais próximo do equador, 95 notórias tempestades tropicais foram observadas durante 2018, bem acima da média de 1981 até 2010 de 82. Onze ciclones tropicais alcançaram a categoria 5 de intensidade na escala Saffir-Simpson. No Atlântico Norte, o furacão Michael foi o quarto mais forte no registro de 168 anos, causando enormes prejuízos quando alcançou os EUA. No Pacífico Norte ocidental, o super tufão Mangkhut causou 160 mortes e US$6 bilhões de danos ao longo das Filipinas, Hong Kong, Macau, China continental, Guam e as Ilhas Mariana do Norte. A tempestade tropical Son-Tinh foi responsável por 170 mortes no Vietnã e no Laos. E quase todas as ilhas da Micronésia experienciaram no mínimo impactos moderados de vários ciclones tropicais.

Ao longo das áreas de terra seca, várias regiões ao redor do globo receberam uma grande quantidade de precipitação, notáveis em diferentes escalas temporais. As Ilhas de Rodrigues e de Réunion próximo do sul da África reportaram cada uma o terceiro ano mais úmido no registro. No Hawaii, uma precipitação de 1262 mm em Waipã Gardens (Kauai) em 14-15 de abril marcou um novo recorde Norte-Americano para precipitações de 24 horas. Aqui no Brasil, a cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, recebeu quase 75 mm de chuva em apenas 20 minutos, quase metade do esperado para a média mensal.


Globalmente, a atividade de queimadas durante 2018 foi a mais baixa desde o começo do registro em 1997, com uma área queimada combinada de quase 500 milhões de hectares. Isso reforçou a tendência negativa de longo prazo nas emissões de fogo dirigidas por mudanças no uso da terra em savanas frequentemente queimadas. No entanto, incêndios em áreas selvagens queimaram 3,5 milhões de hectares ao longo dos EUA, bem acima da média de 2000 até 2010 de 2,7 milhões de hectares.

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Em outras palavras, mais um ano quente englobado na tendência do aquecimento global, com vários sinais nítidos das mudanças climáticas consequentes. Todo ano desde o começo do século XXI tem sido mais quente do que a média global de 1981 até 2010. Acompanhando esse cenário, houve mais temperaturas extremas positivas e menos negativas do que quase todos os 68 anos prévios, e com um número de ondas de calor prolongadas na América do Norte, Europa, Austrália e Leste Asiático reportadas, junto com alguns anormais períodos frios, por exemplo, na Europa. A tendência de aquecimento global e o avanço das mudanças climáticas continuam acompanhando o aumento de concentração de gases estufas na atmosfera, e os padrões de variações de temperatura (superfície terrestre, troposfera e estratosfera) não podem ser explicadas por causas naturais.

O relatório é mais um grave alerta para que ações mais efetivas sejam tomadas para reduzir e reverter as emissões de gases estufas para a atmosfera. E assim como em 2018, vários eventos climáticos anômalos, em especial as ondas de calor na Europa (Aquecimento global fez as ondas de calor Europeias até 3°C mais quentes) e na Groenlândia, e o aumento robusto de queimadas na Amazônia, vêm anunciando mais um ano anormalmente quente consecutivo e sofrendo cada vez mais com as mudanças climáticas.


(1) Relatório completo: American Meteorological Society

Mais um ano quente em 2018 e com recorde de emissão de gases estufas Mais um ano quente em 2018 e com recorde de emissão de gases estufas Reviewed by Saber Atualizado on agosto 26, 2019 Rating: 5

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