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Três estudos reportaram drásticos avanços do Aquecimento Global nos oceanos e na Groenlândia


Três estudos recentemente publicados reforçaram a agressividade do Aquecimento Global e das consequentes mudanças climáticas. Dois deles exploraram o rápido aquecimento dos oceanos e um deles o dramático derretimento de gelo na Groenlândia.

O primeiro estudo, uma revisão publicada na Science, concluiu que os oceanos estão se aquecendo mais rápido do que antes suposto a partir do calor aprisionado pelos gases estufas na atmosfera, corroborando um estudo de grande impacto publicado no final de 2018 (1) e trazendo mais uma evidência de que o famoso "hiato" no aquecimento global supostamente observado nos últimos 15 anos é infundado (2). Além disso, os resultados do estudo acompanham a tendência de aquecimento global da superfície terrestre prevista nos atuais modelos climáticos.

(1) Para saber mais, acesse: Cientistas encontram que o aquecimento dos oceanos reflete o pior cenário previsto

(2) Leitura recomendada: Aquecimento Global: Uma Problemática Verdade

O aquecimento dos oceanos é um crítico marcador de mudanças climáticas porque é estimado que 93% do excesso de energia solar aprisionado pelos gases estufas se acumula nas massas de águas oceânicas ao redor do munto. E, ao contrário das temperaturas superficiais, as temperaturas oceânicas não são afetadas pelas variações anuais causadas por eventos climáticos como o El Niño e/ou erupções vulcânicas, fornecendo tendências de aquecimento global ainda mais confiáveis.

Assumindo que nenhum esforço seja feito para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (dióxido de carbono, metano, etc.), os modelos climáticos CMIP5 (Coupled Model Intercomparison Project 5) preveem que as temperaturas dos 2000 metros de profundidade a partir da superfície marinha dos oceanos irão aumentar 0,78 °C até o final do século. A expansão termal causada por esse aquecimento irá aumentar os níveis dos mares em 30 cm, somando-se ao significativo aumento dos níveis dos mares causado pelo derretimento das camadas de gelo glaciais e continentais, na Groenlândia e nos Polos. Oceanos mais quentes também contribuem para tempestades mais fortes, furacões, derretimento das geleiras e camadas de gelo, destruição de recifes de corais, declínio na concentração de oxigênio dissolvida nas águas marinhas e extrema precipitação. Além disso, quanto mais quente as águas oceânicas, mais vapor de água é gerado - um poderoso gás estufa - piorando o aquecimento global - e também o já mencionado nível de precipitações.

Segundo o estudo, 2018 foi o ano com a mais alta temperatura média dos oceanos já registrado, seguindo e superando os anos de 2016 e de 2017, os quais também foram os mais quentes nas últimas décadas.

Os dados analisados pelo novo estudo incluem quatro estudos publicados entre os anos de 2014 e 2017, estes os quais, por sua vez, colheram seus dados a partir de quase 4 mil sofisticados robôs flutuantes a deriva nos mares ao redor do mundo, os quais a cada intervalo de alguns dias mergulham a uma profundidade de 2000 metros e medem a temperatura, pH, salinidade e outros parâmetros das águas marinhas à medida que retornam para a superfície. Esses robôs estão acumulando dados desde meados da década de 2000.



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Já o segundo estudo, publicado na Nature Communications, reportou que a energia das ondas nos oceanos estão crescendo globalmente e que esse aumento energético está diretamente ligado ao rápido aquecimento dos oceanos.

Análises globais do clima marítimo já tinham identificado aumentos na velocidade dos ventos e na altura das ondas em áreas localizadas nas altas latitudes de ambos os hemisférios. O novo estudo focou na energia contida nas ondas oceânicas, a qual é transmitida a partir da energia cinética dos ventos e transformada em movimento de ondas nas águas marítimas superficiais (3). O aquecimento ou resfriamento superficial das águas oceânicas influencia os padrões globais de ventos, com consequente influência na força das ondas.

(3) Para mais informações, acesse: Como são formadas as ondas e as marés?

Nesse sentido, os pesquisadores mostraram um aumento no poder das ondas a nível global de 0,4% ao ano desde 1948, com correlação direta com as tendências observadas no aquecimento global tanto na atmosfera quanto na superfície dos oceanos. O aquecimento das águas oceânicas está levando à produção de ventos cada vez mais velozes, os quais por sua vez criam ondas cada vez mais fortes.

A ação das ondas influencia drasticamente o ambiente costeiro (erosões e inundações), com implicações para o ecossistema e atividades humanas nessas regiões (portos, pesca, habitações, etc.), especialmente em ilhas. Destrutivas ondas durante tempestades acabam ficam ainda mais mortais com a injeção extra de energia.

Além do alerta, o estudo forneceu mais um potencial indicador das mudanças climáticas, junto com a concentração de dióxido de carbono, nível dos mares e a própria variação de temperatura na superfície terrestre.

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O terceiro estudo, publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), encontrou que o contínuo aquecimento global da atmosfera terrestre está levando o gelo na Groenlândia a derreter ~4 vezes mais rápido hoje do que em 2003. Isso levará a um aumento mais rápido do nível dos mares, somando-se ao aumento causado por outros derretimentos de massas de gelo nos polos e pelo próprio aquecimento das águas oceânicas.

Dados do satélite GRACE (Gravity Recovery and Climate Experiment), pertencente à NASA e à Alemanha, mostraram que entre 2002 e 2016, a Groenlândia perdeu, na média, aproximadamente 280 gigatoneladas de gelo por ano, equivalente a 0,0762 cm a mais de altura nos mares anualmente. Porém, os pesquisadores mostraram que a partir de 2012, o derretimento de gelo passou a ser quase 4 vezes a taxa observada em 2003.

Segundo os autores do estudo, a mais alta taxa de derretimento na Groenlândia ocorreu na região sul do país, a partir do gelo presente no interior do continente, o qual está sendo dirigido para os oceanos através de rios. Como a região sul não possui geleiras, ela era de pouca preocupação e não considerada uma real ameaça sob a influência do aquecimento global. As novas evidências agora mostram o contrário.

E o mais grave: já não há mais retorno. Esse gelo sendo perdido ficará perdido, contribuindo efetivamente para o aumento nos níveis dos mares e modificação do ecossistema na Groenlândia.

Esse anormal derretimento está sendo causado por um fenômeno natural chamado de Oscilação do Atlântico Norte, o qual traz ar mais quente para o Oeste da Groenlândia, assim como um céu mais claro e maior exposição solar. O fenômeno, por sua vez, está sendo fomentado sem precedentes pelo contínuo aquecimento global.


Primeiro estudo: Science

Segundo estudo: Nature

Terceiro estudo: PNAS

Três estudos reportaram drásticos avanços do Aquecimento Global nos oceanos e na Groenlândia Três estudos reportaram drásticos avanços do Aquecimento Global nos oceanos e na Groenlândia Reviewed by Saber Atualizado on janeiro 30, 2019 Rating: 5

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