Pássaro híbrido de três espécies é descoberto, duas delas de gêneros diferentes

Cientistas revelaram que um espécime de pássaro encontrado na Pennsylvania, EUA, é o fruto da junção de duas aves da família Parulidae, um híbrido fêmea do gênero Vermivora e um macho da espécie S. pensylvanica. Em outras palavras, dois espécimes de gêneros completamente diferentes conseguiram se acasalar para gerar um raro híbrido de três espécies. Esse é um possível primeiro passo no caminho que leva à evolução de uma nova espécie ou gênero futuramente a partir do mecanismo de especiação via hibridização (1), o qual permite que em um curto prazo (décadas ou anos) processos de macro-evolutivos ocorram.

(1) Para saber mais, acesse: Nova espécie de ave surge em Galápagos, e os cientistas acompanharam o processo evolutivo

Quem primeiro notou o raro híbrido foi um observador de pássaros e contribuidor para o site eBird.org, em Roaring Spring, Pennsylvania. Em maio de 2018, ele avistou um estranho espécime na sua área de observação que possuía as características de outras duas espécies. Após observá-lo em múltiplas ocasiões, ele resolveu entrar em contato com o Laboratório de Biologia Evolutiva da Universidade de Cornell.

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Sem perderem tempo, os pesquisadores correram para analisar o pássaro. A partir da combinação de técnicas bioacústicas, morfométricas e genéticas, eles demonstraram que uma geração anterior de uma fêmea híbrida entre um V. chrysoptera e um V. cyanoptera se acasalou com um macho da espécie S. pensylvanica e se reproduziu com sucesso. A fêmea híbrida em questão possuía o DNA mitocondrial de um V. chrysoptera (este último fêmea, portanto). Já o híbrido final era um macho que possui o canto de um S. pensylvanica mas traços morfométricos similares ao gênero Vermivora. Os eventos de hibridização, segundo os pesquisadores, ocorreram ao longo dos anos de 2016, 2017 e 2018.

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O achado, descrito na Biology Letters desta semana, sugere que o acentuado declínio da população do gênero Vermivora está pressionando esses eventos de hibridização, onde as fêmeas estão ficando com menos opções de machos. Também deixa claro que mesmo divergindo significativamente em termos evolucionários, os gêneros dentro da família dos parulídeos continuam geneticamente compatíveis em termos evolutivos.

Os pesquisadores agora continuarão acompanhando o novo híbrido para observarem se ele será capaz de se acasalar e de se reproduzir.


Leitura recomendada: A Evolução Biológica é um FATO CIENTÍFICO

Publicação do estudo: Biology Letters