Mascar chiclete libera centenas a milhares de micropartículas de plástico na boca, alerta estudo
Gomas de mascar naturais são feitas com polímeros extraídos de plantas, como chicle e outras seivas de árvores, enquanto gomas sintéticas usam polímeros derivados do petróleo. Em ambos os casos, temos, essencialmente, plásticos constituindo a estrutura da goma.
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Em um estudo recentemente apresentado no último encontro da Sociedade Americana de Química (ACS), pesquisadores analisaram amostras de saliva de voluntários durante a masticação de chicletes ao longo de 4-20 minutos, buscando identificação de microplásticos com dimensões de 20 micrômetros (µm) ou maior.
Os pesquisadores encontraram uma média de 100 micropartículas de plástico liberadas por grama de goma de mascar, com alguns pedaços de goma liberando até 600 microplásticos por grama. Considerando que uma goma de mascar pode ter até 6 gramas, um único chiclete pode liberar mais de 3 mil microplásticos.
Gomas sintéticas e naturais mostraram liberar microplásticos com uma composição polimérica similar, incluindo poliolefinas [mais comuns], tereftalatos de polietileno, poliacrilamidas e poliestirenos. Essa liberação estava associada com efeito abrasivo do ato de mastigar - com uma média de tamanho das partículas de 45,4 µm.
A maior parte dos microplásticos mostrou ser liberada da goma dentro dos primeiros 2 minutos de masticação. Após 8 minutos de masticação, 94% das micropartículas de plásticos foram liberadas.
Portanto, se a pessoa quiser reduzir a exposição a microplásticos, seria recomendado mascar por mais tempo um mesmo chiclete ao invés de mascar vários ao dia por intervalos mais curtos de tempo.
Mas um alerta nesse último ponto: os pesquisadores não quantificaram partículas com dimensões inferiores a 20 µm - e muito menos nanopartículas (!).
> Microplásticos são partículas de plástico com menos de 5 milímetros (mm) de extensão.
> Evidência recente, apresentada no último encontro da Faculdade Americana de Cardiologia, associou maior exposição a microplásticos com doenças crônicas diversas, incluindo hipertensão e diabetes.
> E mais grave: o cérebro das pessoas está cada vez mais impregnado de plástico, com efeitos adversos incertos. Uma "colher de plástico" em um típico cérebro! E múltiplas evidências têm ligado o acúmulo de microplásticos no cérebro ao desenvolvimento de depressão, demência e outros problemas cerebrais. Entenda: Níveis alarmantes de plástico no cérebro de humanos, revela estudo
(!) Falando em nanoplásticos, outro alerta:
