Cientistas criaram tomates "doces" através de engenharia genética
Usando a tecnologia de edição genética CRISPR (1), cientistas criaram "tomates doces". Editando apenas dois genes da planta do tomate (Solanum lycopersicum), os níveis de glicose e de frutose aumentaram em até 30% nas frutas. O feito foi reportado e descrito em um estudo publicado na Nature (2).
Mais de 186 milhões de toneladas de tomates são produzidas globalmente todos os anos. Ao longo da domesticação do tomate por humanos, frutas cresceram em tamanho de 10 a 100 vezes em relação aos ancestrais selvagens.
Porém, esse aumento dramático de tamanho veio com um custo: as frutas ficaram muito menos doces (baixa concentração de açúcares).
No novo estudo, pesquisadores compararam a espécie S. lycopersicum com parentes selvagens, e encontraram dois genes (SlCDPK27 e SlCDPK26) codificantes de uma proteína que degrada uma enzima (sacarose sintase) responsável pela produção de açúcares no tomate.
Com o CRISPR-Cas9, pesquisadores desativaram os dois genes, permitindo uma maior produção de açúcares nas plantas de cultivares usados para a produção comercial de tomate, e sem redução no tamanho das frutas ou prejuízo para a qualidade das sementes.
(1) Sabia que a tecnologia CRISPR é oriunda do "sistema imune" de bactérias? Entenda: CRISPR-Cas9: Popularização da Edição Genética
> Outra modificação recente em cultivares de tomate usando o editor CRISPR: Cientistas criam tomates geneticamente modificados ricos em vitamina D
> E devemos nos preocupar com o consumo de alimentos oriundos de organismos geneticamente modificados? Fica a sugestão de leitura: Plantas geneticamente modicadas: A preocupação ainda é válida?
(2) Publicação do estudo:
- Zhang et al. (2024). Releasing a sugar brake generates sweeter tomato without yield penalty. Nature. https://doi.org/10.1038/s41586-024-08186-2