Cientistas reportaram os mais antigos fósseis de um réptil marinho já descritos
Figura 1. Tomografia computacional e corte transversal mostrando a estrutura óssea interna de uma das vértebras fossilizadas descritas. |
Em um estudo publicado na Current Biology (Ref.1), pesquisadores reportaram os mais antigos fósseis de ictiossauro e de réptil marinho conhecido, forçando também uma revisão das primeiras transições terra-água dos répteis terrestres. Datadas em ~250 milhões de anos, paleontólogos Noruegueses e Suecos encontraram 11 vértebras de cauda na remota ilha Ártica de Spitsbergen. A idade e a estrutura óssea associadas aos fósseis entram em conflito com a narrativa de que os répteis terrestres invadiram o ambiente aquático após o evento de extinção em massa do final do Permiano e coincidente com a alvorada dos dinossauros há quase 252 milhões de anos. Análise das vértebras mostraram que o ictiossauro em questão possuía grande tamanho, metabolismo elevado e um estilo de vida totalmente aquático (no caso, marinho).
Os resultados do estudo apontam que a transição evolutiva dos répteis terrestres para o ambiente aquático é muito mais antiga do que o pensado, e coloca os ictiossauros como sobreviventes do massivo evento de extinção do Permiano, e não como sucessores ecológicos de um ecossistema oceânico devastado.
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> Importante reforçar que ictiossauros NÃO eram dinossauros, esses últimos pertencentes a um clado distinto de répteis (Dinosauria).
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REFERÊNCIAS
- Kear et al. (2023). Earliest Triassic ichthyosaur fossils push back oceanic reptile origins. Current Biology, Volume 33, Issue 5, PR178-R179. https://doi.org/10.1016/j.cub.2022.12.053
- Fischer et al. (2016). Extinction of fish-shaped marine reptiles associated with reduced evolutionary rates and global environmental volatility. Nature Communications 7, 10825. https://doi.org/10.1038/ncomms10825