Cientistas revelam o mais antigo humano XXY conhecido
Síndrome de Klinefelter - caracterizada por um cromossomo X extra (cariótipo 47,XXY) - é uma rara condição genética ocorrendo em aproximadamente 1 em 1000 indivíduos do sexo masculino. Em um estudo publicado recentemente no periódico The Lancet (1), um time multidisciplinar de pesquisadores combinaram ferramentas genéticas, estatísticas, arqueológicas e antropológicas para estabelecer um diagnóstico definitivo dessa síndrome em um esqueleto enterrado no sítio arqueológico de Torre Velha, no nordeste de Portugal, associado a um indivíduo do período medieval. Datação via carbono-14 datou os vestígios ósseos como pertencentes ao início do século XI, há mais de 1000 anos, uma época de declínio dos Vikings (2) e anterior às Cruzadas (3).
Leitura recomendada:
- Vikings: A Era Subestimada da Sociedade Nórdica
- Cruzadas: Fé, Violência e Amor durante a Guerra Santa
DNA antigo é geralmente degradado, de pouca abundância e de baixa qualidade, mas análises genéticas auxiliadas com recursos computacionais conseguiram decifrar fragmentos de DNA extraídos do esqueleto, revelando a presença de um cromossomo sexual X extra no genoma do indivíduo. Além disso, traços físicos na estrutura óssea mostraram-se compatíveis com a síndrome de Klinefelter.
(1) REFERÊNCIA
- Roca-Rada et al. (2022). A 1000-year-old case of Klinefelter's syndrome diagnosed by integrating morphology, osteology, and genetics. The Lancet, Volume 400, Issue 10353, P691-692. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(22)01476-3