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Substituir 20% do consumo de carne bovina por micoproteína pode reduzir pela metade o desmatamento e emissões de gases estufas

 

Existem hoje três grupos de análogos à carne (!): carnes feitas a base de plantas (ex.: proteína de soja), carnes produzidas a partir do cultivo de células animais em laboratório (tecnologia ainda muito cara) e, mais interessante e custo-efetivo, proteína microbiana derivada de fermentação fúngica ou de microalgas, a qual pode ter textura e gosto muito similares à carne. 


Aprovada pelo FDA Norte-Americano desde 2002 para o consumo humano e baseada em tecnologia desenvolvida na década de 1980, a proteína microbiana (ou micoproteína no caso de fungos) já é produzida em considerável escala, e está presente em vários mercados Europeus, como no Reino Unido e na Suíça. Comparada com proteína animal e vegetal, a micoproteína requer muito menos terra (área de propagação) para o mesmo rendimento proteico. Além disso, a micoproteína não é dependente do clima ou da estação; pode ser produzida durante todo o ano; e possui alto valor nutritivo e baixo conteúdo de gordura.


Assim como na produção de pão ou cerveja, a micoproteína é derivada do crescimento de fungos fermentadores, usando carboidratos e compostos nitrogenados de fontes diversas. Nesse último ponto, a micoproteína traz ainda outra vantagem: pode usar substrato orgânico derivado de resíduos diversos (reciclagem), reduzindo ainda mais os impactos ambientais. A produção é feita em biorreatores e a biomassa gerada contém até 83% de pura proteína (rendimento até 10X maior do que na produção de carne).


É estimado que as atuais práticas agrícolas respondem por 19-29% de todas as emissões antropogênicas de gases estufas, e o consumo de 70% da água doce e 30% da área terrestre livre de gelo (12% para plantações e 18% para pasto) (Ref.1). 


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Um estudo recente publicado na Nature (Ref.2), usando simulações computacionais, mostrou que a substituição de 20% da carne de ruminantes (ex.: gado) por micoproteína até o ano de 2050 pode resultar em uma redução estimada de 50% no desmatamento e nas emissões de dióxido de carbono (CO2), além de robustas reduções de dois outros gases estufas (N2O e CH4). Substituição por 50% resultou em uma redução superior a 80% de desmatamento e de CO2, e substituição de 80% pode eliminar quase 90% da perda florestal.


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(!) Outra alternativa promissora e ambientalmente amigável de fonte proteica é a criação industrial de insetos. Para mais informações, acesse: Insetos Comestíveis: Solução para um mundo mais sustentável?

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REFERÊNCIAS

  1. Sakarika et al. (2020). Impact of substrate and growth conditions on microbial protein production and composition. Bioresource Technology, Volume 317, 124021. https://doi.org/10.1016/j.biortech.2020.124021
  2. Humpenöder et al. (2022). Projected environmental benefits of replacing beef with microbial protein. Nature 605, 90–96. https://doi.org/10.1038/s41586-022-04629-w 
  3. https://www.nature.com/articles/d41586-022-01238-5

Substituir 20% do consumo de carne bovina por micoproteína pode reduzir pela metade o desmatamento e emissões de gases estufas Substituir 20% do consumo de carne bovina por micoproteína pode reduzir pela metade o desmatamento e emissões de gases estufas Reviewed by Saber Atualizado on junho 26, 2022 Rating: 5

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