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Novo Relatório do IPCC: Impactos das mudanças climáticas ocorrendo mais rápido do que o esperado


Nas últimas semanas, o Brasil vêm sofrendo com chuvas anormais e trágicos alagamentos subsequentes (1). A cidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, em mais uma anômala onda de calor, registrou a maior temperatura do Brasil no último domingo (42,9°C). E, infelizmente, esses extremos climáticos fazem parte de um padrão cada vez mais comum não apenas no Brasil, mas ao redor de todo o mundo.


Por causa da invasão da Rússia na Ucrânia, um grave reporte das Nações Unidas foi amplamente ignorado ontem. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) liberou um novo relatório (2) relativo aos impactos das mudanças climáticas (consequentes do rápido e contínuo processo de aquecimento global antropogênico) nos humanos e no meio ambiente em geral, e que complementa o relatório de 2021 (3) documentando as gritantes evidências dessas mudanças climáticas.


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O novo relatório é grave porque mostra que as mudanças climáticas estão impactando a superfície do planeta de forma mais rápida e dramática do que antes previsto pelos cientistas, colocando em dúvida a habilidade de várias comunidades de se adaptarem nas próximas décadas.


Com a temperatura média global 1,2°C maior do que aquela no período pré-industrial, alguns ecossistemas estão próximos do limite de adaptação, incluindo recifes de corais, biomas costeiros alagados, florestas úmidas (ex.: Amazônia), ambientes montanhosos e regiões polares. Metade dos animais e plantas estudados estão se deslocando para latitudes ou altitudes mais elevadas. Florestas estão queimando com cada vez mais facilidade. Ondas marinhas de calor estão matando grandes populações de várias espécies (4).


Maior aquecimento e umidade estão aumentando o número de dias onde esforços em ambiente externo são impossíveis, aumentando os eventos de inundação (e doenças associadas, como cólera e leptospirose) (5), e dificultando o progresso saudável de gravidez. Maior incidência de fogo tem aumentado a exposição da população a fumaças tóxicas e as taxas/severidade de doenças respiratórias. Secas severas em várias regiões estão reduzindo a produtividade agrícola mundial. Acidificação e aquecimento dos oceanos (6) estão causando pesados prejuízos para as atividades de pesca e de aquacultura.


Mesmo que o aquecimento global seja segurado em até 2°C até o final desse século - algo possível se as nações levarem o Acordo de Paris a sério - até 3 bilhões de pessoas podem enfrentar escassez de água. Água de neve para irrigação pode declinar em até 20% em várias bacias fluviais. Segurança alimentar irá piorar, com má-nutrição aumentando dramaticamente no hemisfério sul. Exposição a doenças tropicais transmitidas por mosquitos (ex.: dengue, malária) irá aumentar devido à expansão de áreas favoráveis à procriação desses insetos. O mesmo é válido para outras preocupantes doenças dependentes de mais altas temperaturas, como a ameba comedora de cérebros (7). Em torno de 1 bilhão de pessoas serão expostas a inundações crônicas devido ao aumento dos níveis dos mares.


Hoje, entre 3,3 bilhões e 3,6 bilhões de pessoas - mais de 40% da população mundial - vivem em lugares e em situações que são "altamente vulneráveis às mudanças climáticas". Nos próximos 15 anos, o número de pessoas forçadas à pobreza por causa das mudanças climáticas pode variar de 10 a 100 milhões, dependendo dos esforços globais de mitigação.


Se o aquecimento global produzir >+1,5°C, algumas mudanças ambientais podem se tornar irreversíveis. Biomas hoje fixando e armazenando carbono podem se tornar fortes fontes emissoras de carbono, fomentando mais aquecimento global.


Se o aquecimento global produzir +3°C no final deste século, é possível que suor não mais será suficiente para proteger o corpo humano de superaquecimento em certas regiões. O Golfo Pérsico será o primeiro a atingir esse limite. Até 29% das espécies terrestres (biodiversidade) podem enfrentar alto risco de extinção.


Se o valor ultrapassar 4°C, próximo de 40% da massa das geleiras é projetada de ser perdida, reduzindo drasticamente a disponibilidade de água para agricultura, hidroenergia e comunidades humanas a médio e a longo prazo. Até 39% das espécies terrestres podem enfrentar alto risco de extinção.


Devastação ambiental independente das mudanças climáticas, piorando em vários países, incluindo no Brasil, podem piorar ainda mais essas previsões. Mais uma vez o alerta é reforçado: a hora de agir é agora.


> Referências e mais informações:

Novo Relatório do IPCC: Impactos das mudanças climáticas ocorrendo mais rápido do que o esperado Novo Relatório do IPCC: Impactos das mudanças climáticas ocorrendo mais rápido do que o esperado Reviewed by Saber Atualizado on março 02, 2022 Rating: 5

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