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Cientistas sequenciam os mais antigos DNA conhecidos de humanos modernos (Homo sapiens)

 
Dois estudos recentemente publicados sequenciaram vestígios fósseis de humanos modernos (Homo sapiens) encontrados em cavernas da Bulgária e da República Checa, todos com idades estimadas em mais de 45 mil anos, e representando possivelmente alguns dos mais antigos habitantes da nossa espécie na Eurásia seguindo expansões fora da África, no Paleolítico Superior.


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Durante eventos migratórios da nossa espécie para fora da África, hidridizamos com Neandertais (Homo neanderthalensis) (1) na região do Oriente Próximo e, como indicam evidências mais recentes, também na Europa. Hoje, populações não-Africanas carregam de 2% a 3% de DNA Neandertal. Quando mais recente as populações, mais curtos se tornam os segmentos de DNA herdados dos Neandertais (perda genômica após sucessivas gerações), e o comprimento desses segmentos genéticos podem ser usados para se estimar a idade de um indivíduo. 


(1) Para quem quiser um artigo completo e atualizado sobre os Neandertais, acesse: Neandertais, arte e linguagem


Em um estudo publicado no periódico Nature Ecology & Evolution (Ref1), pesquisadores realizaram uma análise genômica em um crânio parcialmente conservado de H. sapiens do sexo feminino, encontrado na Caverna de Koněprusy, República Checa, e conhecida como Zlatý kůň ("Cavalo Dourado" em Checo). Era sabido que o crânio possuía pelo menos 30 mil anos de idade. Analisando os segmentos de DNA Neandertal que o espécime carregava, pesquisadores estimaram uma hibridização que ocorreu há 70-80 gerações, ou talvez entre 2 mil e 3 mil anos antes dela estar viva. E considerando o comprimento desses seguimentos, os pesquisadores dataram o espécime em pelo menos 45 mil anos.


Já um estudo publicado na Nature (Ref.2) sequenciou o genoma de dentes e fragmentos ósseos de indivíduos H. sapiens da Caverna de Bacho Kiro, Bulgária, com três dos mais antigos datando entre 45930 e 42580 anos atrás. Nesses indivíduos, foram encontrados cerca de 3,4-3,8% de DNA Neandertal, com os segmentos cromossômicos correspondentes consideravelmente mais longos do que o espécime da caverna Checa. Os pesquisadores estimaram que os eventos de hibridização para os três espécimes Búlgaros haviam ocorrido há apenas 6 ou 7 gerações, e provavelmente na Europa. 


Os resultados dos dois estudos sugerem que as hibridizações eram mais do que comuns entre os Neandertais e os primeiros humanos modernos que chegaram na Europa.


É ainda incerto o porquê dessas primeiras levas de humanos modernos migrando para a Eurásia não conseguiram persistir, com populações de H. sapiens saindo da África só conseguindo se estabelecer nos novos territórios mais ao Norte a partir de 40 mil anos atrás - e carregando DNA Neandertal de hibridizações que ocorreram entre 50 mil e 60 mil anos atrás. Mudanças climáticas no Hemisfério Norte podem ser uma explicação.


REFERÊNCIAS

  1. https://www.nature.com/articles/s41559-021-01443-x 
  2. https://www.nature.com/articles/s41586-021-03335-3

Cientistas sequenciam os mais antigos DNA conhecidos de humanos modernos (Homo sapiens) Cientistas sequenciam os mais antigos DNA conhecidos de humanos modernos (Homo sapiens) Reviewed by Saber Atualizado on junho 03, 2021 Rating: 5

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