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Novo coronavírus infecta o pênis e pode causar disfunção erétil


Em um estudo publicado ontem no periódico World Journal of Men's Health (Ref.1), pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Miami Miller demonstraram, pela primeira vez, que o novo coronavírus (SARS-CoV-2) pode persistir no tecido peniano por um longo tempo após a recuperação da doença associada (COVID-19). A amplamente disseminada disfunção nos vasos sanguíneos, ou disfunção endotelial, que resulta da infecção viral pode então contribuir para disfunção erétil. Disfunção endotelial é uma condição na qual o revestimento dos pequenos vasos sanguíneos falham em realizar todas as suas funções normalmente. Como resultado, os tecidos supridos por esses vasos ficam suscetíveis a danos.


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Estudos têm mostrado que a capacidade do SARS-CoV-2 de entrar nas células depende pesadamente da presença da enzima conversora angiotensina 2 (ACE-2). Antes de se ligar aos receptores ACE-2, as proteínas Spike na superfície das partículas virais precisam interagir com proteases celulares, especificamente a protease transmembrana serina 2 (TMPRSS-2). Portanto, o vírus potencialmente infecta qualquer tecido do corpo onde são co-expressas as proteínas ACE-2 e TMPRSS-2. Nesse sentido, tanto o receptor ACE-2 e o gene TMPRSS-2 são expressos nas células endoteliais e provavelmente explicam porque a COVID-19 leva a uma disseminada disfunção endotelial no corpo humano.


De fato, microscopia eletrônica tem demonstrado a presença de elementos virais do SARS-CoV-2 em células endoteliais de órgãos afetados , como os pulmões, coração e rins. Isso também levanta a suspeita de que tecidos eréteis do pênis, rico em vasos sanguíneos revestidos com tecido endotelial, são também suscetíveis à infecção pelo novo coronavírus. 


No novo estudo, os pesquisadores investigaram  características do tecido peniano que se recuperaram de uma COVID-19 sintomática e que subsequentemente desenvolveram disfunção erétil. Para isso, foram coletados tecidos do pênis de dois homens com um histórico de COVID-19 que foram submetidos a uma cirurgia de prótese peniana para o tratamento de disfunção erétil. Um dos homens foi hospitalizado (14 dias) com COVID-19 - mas sem fatores de risco como doença arterial coronária, hipertensão e diabetes -, enquanto o outro paciente apenas teve sintomas leves (febre, tosse, dores no corpo) quando contraiu o vírus. Como controle, os pesquisadores coletaram amostras de tecido peniano de homens submetidos ao mesmo tipo de cirurgia mas sem histórico de COVID-19. As amostras foram coletadas de pacientes com idades de 65 a 71 anos, e analisadas com técnicas histopatológicas e via microscopia de transmissão eletrônica (TEM).


Antes da COVID-19, ambos os homens infectados pelo SARS-CoV-2 tinham função erétil normal sem a necessidade de medicamentos específicos (ex.: Viagra).


Os resultados das análises mostraram que os dois homens infectados pelo SARS-CoV-2  tinham partículas virais extracelulares com ~100 nanômetros (nm) de diâmetro próximo de células vasculares endoteliais penianas, e evidência de disfunção endotelial. Nos dois pacientes que não tiveram COVID-19, não foi encontrada presença de partículas virais e também não apresentavam evidência de disfunção endotelial.



Integridade vascular é necessária para a função erétil, e danos endoteliais associados com a COVID-19, segundo os autores do estudo, são prováveis de afetar o fluxo vascular peniano, resultando em danos à função erétil. Nesse sentido, disfunção erétil pode ser resultado da infecção sistêmica pelo SARS-CoV-2, similar a outras complicações relacionadas à COVID-19. Além disso, uma piora na disfunção erétil pode ser devida à presença do vírus dentro do próprio endotélio cavernoso. 


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Mais estudos são necessários agora para validar os apontados efeitos deletérios do vírus na função sexual masculina. Porém, é válido mencionar que existem evidências prévias nesse mesmo sentido. Um estudo publicado em março deste ano no periódico Andrology (Ref.2), analisando 100 homens Italianos (25 positivos para a COVID-19, 75 negativos), os pesquisadores encontraram uma prevalência significativamente maior de disfunção erétil naqueles com COVID-19 (28% vs. 9,33%), continuando significativamente mais alta mesmo quando controlando para outros fatores de risco, como idade, status psicológico e índice de massa corporal (IMC). Os autores desse estudo sugeriram o mesmo mecanismo patológico: danos no endotélio vascular.


REFERÊNCIAS CIENTÍFICAS

  1. https://wjmh.org/DOIx.php?id=10.5534/wjmh.210055 
  2. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/andr.13003 

Novo coronavírus infecta o pênis e pode causar disfunção erétil Novo coronavírus infecta o pênis e pode causar disfunção erétil Reviewed by Saber Atualizado on maio 12, 2021 Rating: 5

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