Vídeo de 40 segundos mostra a dinâmica tectônica da Terra no último bilhão de anos

Esta semana, um time internacional de geocientistas liberaram um vídeo que mostra pela primeira vez o movimento ininterrupto das placas tectônicas da Terra ao longo do último bilhão de anos. Os resultados do trabalho - publicados no periódico Earth-Science Reviews (1) - mostram, por exemplo, que o continente da Antártica já esteve posicionado no equador do planeta.

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As placas tectônicas representam uma teoria unificada da geologia moderna, conectando explicitamente a evolução e os processos que ligam o manto, a litosfera, a hidrosfera e a atmosfera terrestres. Forças tectônicas controlam as taxas de elevação e de erosão onde os continentes colidem ou se separam, e modulam o fluxo de energia entre os oceanos, litosfera e manto à medida que as configurações continentais evoluem (2). Apesar do movimento ser muito lento em relação à escala de vida humana (<1,5 cm/ano), ao longo de eras geológicas a movimentação dessas placas mudam drasticamente a configuração geológica do planeta.

(2) Leitura recomendada e complementar: Depois da Pangeia, cientistas preveem o próximo supercontinente: Amásia

A evolução das configurações das placas tectônicas também determinam como as espécies são distribuídas, possibilitam massiva promoção ou interrupção de fluxos genéticos (durante a junção ou separação de continentes), e interferem nas taxas do fluxo químico (ex.: ciclos profundos do carbono e da água) entre a superfície da Terra e o interior do planeta. Evidências sugerem que os processos associados às placas tectônicas tomaram controle dominante sobre a paleogeografia da Terra desde pelo menos 3,2 bilhões de anos atrás.

O novo estudo reuniu dados de trabalhos geológicos realizados na última década no mundo inteiro - especialmente dados paleomagnéticos - para reconstruir as mudanças de configuração das placas tectônicas no último bilhão de anos, incluindo a formação pré-formação e quebra de megacontinentes (ex.: Pangeia, formada no final do Paleozoico, há ~250 milhões de anos) e um modelo aperfeiçoado e revisado para o Neoproterozoico-Cambriano (1000-520 milhões de anos atrás) e para a pré-formação do supercontinente Gondwana. 

            

Como realçado pelos autores do estudo, o trabalho não é conclusivo, e está aberto para novas interpretações e inclusão de novos resultados. De qualquer forma, representa um importante passo para o melhor entendimento da evolução geológica do nosso planeta.

(1) Publicação do estudo: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0012825220305237