Últimas Notícias

[5]

Plasma convalescente: tratamento de baixo custo e efetivo contra a COVID-19, aponta forte evidência


- Atualizado no dia 21 de maio de 2021 -


Apesar dos agressivos esforços de pesquisa, tratamento específico e precoce efetivo contra a COVID-19 continua elusivo. Evidência promissora pode ser apontada para terapias com anticorpos monoclonais (1), mas além do preço ser elevado para esse tipo de via terapêutica, novas mutações e linhagens do novo coronavírus (SARS-CoV-2) já em circulação podem tornar inefetiva esse tipo de terapia. Ivermectina vêm sendo recentemente apontada como uma alternativa barata, muito acessível e promissora, mas evidências são conflitantes e muito limitadas (2). Recentemente, em um estudo clínico de alta qualidade publicado no periódico The New England Journal of Medicine (3), pesquisadores encontraram nova forte evidência dando suporte para a transfusão de plasma convalescente como uma via terapêutica efetiva para o tratamento precoce de pacientes hospitalizados, com uma redução no risco de desenvolvimento de COVID-19 severa de quase 50%. 


-----------

ATUALIZAÇÃO (21/05/21): Um estudo clínico randomizado (RECOVERY) envolvendo mais de 11,5 mil pacientes hospitalizados com COVID-19 não encontrou eficácia clínica no uso de plasma convalescente com alto nível de anticorpos quando comparado com o tratamento hospitalar básico. Os resultados do estudo foram publicado no periódico The Lancet.

-----------


Para mais informações, acesse:


Na terapia de plasma convalescente, plasma sanguíneo de um paciente recuperado é coletado e transferido para um paciente sintomático. A transferência de plasma convalescente é um antigo conceito, tendo sido usado, no mínimo, desde 1918 quando foi empregado para combater a pandemia da Gripe Espanhola. Mais recentemente, transfusão de plasma convalescente foi usada com algum reportado sucesso durante a pandemia de SARS, em 2003, na pandemia da gripe H1N1, em 2009, e no surto de Ebola na África, em 2015. Vários estudos observacionais e clínicos publicados durante a atual pandemia de COVID-19 vêm sugerindo que o plasma convalescente é parte de uma estratégia de tratamento efetivo para pacientes com a forma leve-moderada da COVID-19, especialmente se administrada nos primeiros dias de hospitalizações ou pouco tempo depois dos primeiros sintomas emergirem (tratamento precoce) (4).


De fato, o primeiro estudo clínico duplo-cego randomizado de moderado porte (5) - e revisado por pares - investigando a terapia de plasma convalescente para o tratamento de casos severos de COVID-19 não rendeu resultados positivos. 


Para mais informações, acesse:


No ano passado, após aprovação do uso de emergência do plasma convalescente, a Agência de Alimentos e de Drogas dos EUA (FDA) concluiu que a melhor janela terapêutica para essa terapia é nos três primeiros dias de hospitalização. Ainda segundo a agência, pessoas com menos de 80 anos e que não estavam em um respirador recebendo plasma convalescente com altos níveis de anticorpos tinham 35% maior taxa de sobrevivência após 1 mês do tratamento em comparação com aqueles que receberam plasma convalescente com um baixo nível de anticorpos.


- Continua após o anúncio -


No novo estudo clínico - randomizado, duplo-cego, placebo-controlado - 160 pacientes com COVID-19 confirmada foram aleatoriamente divididos em dois grupos: 80 recebendo 250 mL de plasma convalescente com um alto nível de anticorpos IgG (maior do que 1:1000 contra a proteína Spike do SARS-CoV-2) e 80 recebendo 250 mL de placebo (solução salina 0,9%). O plasma convalescente ou placebo foi administrado dentro de 72 horas após a emergência de sintomas da doença. Os participantes foram recrutados com base em duas condições: idade igual ou maior a 75 anos, independentemente de comorbidades co-existentes (hipertensão, diabetes, obesidade, falha renal crônica, etc.) ou entre 65 e 74 anos com pelo menos uma comorbidade.


Após análise dos resultados, os pesquisadores encontraram que 13 dos 80 pacientes que receberam plasma convalescente (16%) desenvolveram COVID-19 severa, enquanto que 25 dos 80 pacientes que receberam placebo (31%) desenvolveram COVID-19 severa, com uma redução relativa de risco de 48%. COVID-19 severa foi definida como um quadro clínico trazendo uma taxa respiratória de 30 inspirações por minuto ou mais, uma saturação de oxigênio inferior a 93% enquanto o paciente está respirando ar ambiente, ou ambos. 


- Continua após o anúncio -


Nesse sentido, os pesquisadores concluíram que a administração precoce de plasma convalescente com alto nível de anticorpos contra o SARS-CoV-2 para infectados com COVID-19 ainda leve reduz significativamente o risco de progressão grave da doença. Apesar do porte médio do estudo, os resultados são reforçados por englobarem pacientes no grupo de maior risco para casos severos da COVID-19, pela metodologia de alta qualidade e por corroborar evidências de estudos clínicos prévios. Ainda segundo os pesquisadores, essa simples e barata intervenção terapêutica pode reduzir a pressão sobre o sistema de saúde e potencialmente salvar vidas, até que as vacinas estejam amplamente disponíveis. 


De qualquer forma, estudos clínicos randomizados placebo-controlados de grande porte são necessários para mais firmes conclusões.


-----------

ATUALIZAÇÃO (15/01/21): Em um estudo também publicado no The New England Journal of Medicine, analisando 3082 pacientes sob três níveis (anticorpos) de plasma convalescente (baixo, médio e alto), reforçou que o plasma convalescente de alto nível de anticorpos reduz de forma mais significativa a taxa de mortalidade em relação ao plasma com baixo nível no final de 30 dias de acompanhamento hospitalar.  


ATUALIZAÇÃO (19/01/21): Dados de um estudo Brasileiro feito com 104 portadores de COVID-19 indicaram que a terapia com plasma sanguíneo de convalescentes da doença é uma alternativa segura e pode trazer benefícios principalmente se aplicada nos dez primeiros dias de sintomas. Para mais informações, acesse: Estudo confirma segurança da terapia com plasma de convalescentes da COVID-19


ATUALIZAÇÃO (08/02/21): Uma única infusão intravenosa de plasma convalescente com elevado nível de neutralização levou a uma dramática melhora no quadro clínico de mulher idosa com COVID-19 severa. Para mais informações, acesse: Impressionante recuperação de paciente com 72 anos com COVID-19 severa via plasma convalescente


ATUALIZAÇÃO (01/03/21): Reforçando que o plasma convalescente precisa ser utilizado de forma mais precoce possível, um clínico randomizado publicado no The New England Journal of Medicine envolvendo 228 pacientes com COVID-19 severa não encontrou diferença significativa nas taxas de mortalidade ou no status clínico geral em comparação com placebo usando plasma convalescente com nível médio de anticorpos de 1:3200.

------------


(3) Publicação do estudo: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2033700

Plasma convalescente: tratamento de baixo custo e efetivo contra a COVID-19, aponta forte evidência Plasma convalescente: tratamento de baixo custo e efetivo contra a COVID-19, aponta forte evidência Reviewed by Saber Atualizado on janeiro 06, 2021 Rating: 5

Sora Templates

Image Link [https://2.bp.blogspot.com/-XZnet68NDWE/VzpxIDzPwtI/AAAAAAAAXH0/SpZV7JIXvM8planS-seiOY55OwQO_tyJQCLcB/s320/globo2preto%2Bfundo%2Bbranco%2Balmost%2B4.png] Author Name [Saber Atualizado] Author Description [Porque o mundo só segue em frente se estiver atualizado!] Twitter Username [JeanRealizes] Facebook Username [saberatualizado] GPlus Username [+jeanjuan] Pinterest Username [You username Here] Instagram Username [jeanoliveirafit]