Alerta: Canabidiol está sendo promovido, sem suporte científico, para tratar várias doenças

Apesar do potencial terapêutico do canabidiol (CBD) para um número de condições de saúde, houve uma explosão da popularidade do CBD para o tratamento de diversas doenças mas sem suporte científico - ou suporte limitado - para tal. Isso faz com que muitas pessoas deixem de receber tratamentos cientificamente comprovados e seguros por causa do marketing enganoso ou de desinformações. Esse alerta foi dado recentemente por um estudo publicado no periódico JAMA Network Open (1).

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No estudo, os pesquisadores analisaram o Reddit, um site de mídia social com mais de 330 milhões de usuários ativos, focando nas comunidades associadas ao CBD. Eles analisaram todos os posts nessas comunidades publicados de janeiro de 2014 até fevereiro de 2019, e encontraram que a grande maioria (90%) dos usuários está usando ou promovendo o CBD para todo tipo de condição de saúde, especialmente problemas psiquiátricos (64%), de sono (15%) e ortopédicos (7%). Outros problemas (1-4%) iam desde condições cardiológicas e dermatológicas até saúde oral e sexual.

A preocupação com esses resultados é ainda maior quando lembramos que os produtos de canabidiol no mercado geralmente não são regulados por agências de saúde, com vários casos de intoxicação em massa já reportados. O único medicamento aprovado pelo FDA a base de canabidiol é o Epidiolex, em 2018, para o tratamento de convulsões associadas com duas raras e severas formas de epilepsia em pacientes com dois anos de idade ou mais.

> IMPORTANTE: Muitos pais estão recorrendo a extratos da maconha para tratar os sintomas de autismo em crianças e adolescentes. É preciso lembrar que embora existam evidências indicando potencial terapêutico nesse sentido, essas são ainda limitadas e qualquer tratamento precisa seguir estritamente orientações médicas. Canabinoides podem ser muito prejudiciais para o desenvolvimento cerebral nessa faixa de idade. Para mais informações sobre essa questão, acesse: Maconha é eficaz no tratamento do autismo?

(1) Publicação do estudo: https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2771735