Até 34% das mortes por COVID-19 poderiam ter sido evitadas com uma melhor qualidade do ar
O mundo ontem registrou 11115 mortes pela COVID-19, um novo recorde em 24 horas. São mais de 56 milhões de casos confirmados e quase 1,35 milhão de mortes registradas, e esses números estão provavelmente subestimados (um número de mortes até 30% maior e estimativas apontam que 5-10% da população mundial já foi infectada). E a poluição atmosférica pode ter uma significativa responsabilidade nessa tragédia, particularmente ao aumentar o risco de complicações cardiovasculares e pulmonares. A exposição crônica a poluição no ar está associada a um aumento de risco de morte em indivíduos com COVID-19.
Em um estudo publicado no periódico Cardiovascular Research (1), revisando estudos epidemiológicos prévios sobre o impacto da poluição na saúde humana (especialmente de particulados com tamanho igual ou inferior a 2,5 mícrons) e combinando com dados de satélites sobre o nível de poluição atmosférica em cada país ao longo do ano, pesquisadores estimaram que 15% das mortes no mundo de COVID-19 tiveram contribuição da poluição. Na Europa, essa porcentagem chegou a 19%, na América do Norte foi de 17% e no Leste Asiático foi de 27%. No Brasil, os pesquisadores estimaram que 12% das mortes estavam associadas com a poluição do ar.
Esse é outro motivo para o suporte de uma economia verde, onde não apenas as emissões de gases estufas são reduzidas, mas também drasticamente de poluentes, principalmente particulados.
(1) Publicação do estudo: https://academic.oup.com/cardiovascres/advance-article/doi/10.1093/cvr/cvaa288/5940460
