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Jovens hospitalizados com COVID-19 enfrentam sérios riscos de eventos adversos

 
Em um estudo publicado esta semana no JAMA Internal Medicine (1), pesquisadores do Brigham and Women's Hospital, EUA, analisaram os dados clínicos de 3222 pacientes hospitalizados com COVID-19 com idades de 18 a 34 anos, e encontraram que 21% dos pacientes (1 a cada 5) precisaram de cuidados intensivos, 10% requereram ventilação mecânica e 2,7% morreram. Em comparação, os pesquisadores reportaram que no mesmo banco de dados usados para o estudo (Premier Healthcare Databae) a taxa de mortalidade para aqueles no mesmo grupo de idade mas hospitalizados com ataque cardíaco era aproximadamente metade daquela observada para a COVID-19.


No grupo analisado, pacientes com comorbidades prévias representaram a maior parte daqueles hospitalizados: 36,8% tinham obesidade, 24,5% tinham obesidade mórbida, 18,2% tinham diabetes e 16,1% tinham hipertensão. Esses fatores de risco também aumentaram de forma robusta o risco de óbito: 41% daqueles que morreram ou precisaram de ventilação mecânica tinham obesidade mórbida. Para indivíduos com mais de uma dessas condições, os riscos para quadros mais severos eram comparáveis com os riscos enfrentados por adultos de meia idade (35-64 anos) que não possuíam comorbidades de interesse.


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O estudo é mais um mostrando que os mais jovens estão longe de serem invulneráveis à COVID-19, como vem sendo sugerido por certos políticos e até mesmo por certos profissionais de saúde.


Um estudo prévio publicado no periódico Journal of Adolescent Health (Ref.2) encontrou que 1 em cada 3 jovens adultos estão em risco desenvolverem uma forma mais grave da COVID-19. O estudo analisou os dados clínicos de 8400 homens e mulheres com idades de 18 a 25 anos - constituintes de uma amostra representativa da população Norte-Americana -, buscando por fatores de risco como fumo, diabetes, obesidade, hipertensão, entre outros. Os pesquisadores encontraram que 33% dos homens e 30% das mulheres eram vulneráveis à COVID-19.


Em setembro, um estudo apresentado na conferência ECCVID (ESCMID Conference on Coronavirus Disease) (Ref.3), analisando retrospectivamente 315 pacientes hospitalizados em 6 hospitais de Daegu, Coreia do Sul, de 18 de fevereiro até 31 de março (durante o surto epidêmico no país), encontrou que 26% (mais de 1 em cada 4) dos pacientes hospitalizados desenvolveram pneumonia, severa pneumonia em 2% e um deles necessitando de ventilação mecânica.


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E a preocupação não é apenas porque uma parcela significativa dos pacientes mais jovens vai a óbito. Primeiro, a própria hospitalização ocupa vagas nos hospitais, prejudicando o tratamento de outros pacientes com enfermidades diversas. Somando-se a isso, efeitos a longo prazo da COVID-19 são desconhecidos, e os próprios tratamentos podem resultar em sérios danos.


Para citar um exemplo, pacientes com COVID-19 severa sob ventilação mecânica são colocados em uma posição pronada (de barriga para baixo) para facilitar a respiração e reduzir a mortalidade. Porém, em um estudo publicado no periódico British Journal of Anaesthesia (Ref.4), pesquisadores reportaram que essa posição pode causar dano nervoso permanente nesses pacientes. Eles acreditam que o dano nervoso é o resultado de fluxo sanguíneo reduzido e inflamação, especialmente porque outros pacientes sem COVID-19 sob ventilação e também na posição pronada raramente experienciam qualquer dano nervoso. No estudo foi sugerido que 12-15% dos pacientes com COVID-19 mais grave acabam ficando com dano nervoso permanente. Isso significa que milhares de pacientes ao redor do mundo foram afetados. Durante reabilitação dos pacientes com danos nervosos permanentes, frequentemente articulações como aquelas no pulso, calcanhar e ombros, acabam ficando completamente paralisadas em um dos lados do corpo, incluindo perda de funcionalidade da mão. Pacientes com certas comorbidades prévias, como diabetes, podem ter dificuldade em recuperar nervos danificados mesmo que de forma parcial.


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Por fim, e infelizmente sendo amplamente ignorado pela mídia em geral, existe a síndrome inflamatória multissistêmica em crianças (MIS-C), associada com a COVID-19 (doença causada pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2), e sendo cada vez mais reportada na literatura acadêmica entre as crianças infectadas, mesmo entre aquelas assintomáticas e saudáveis. A MIS-C danifica seriamente o coração, em uma extensão tal que algumas crianças irão necessitar de monitoramento e intervenções pelo resto da vida. Para mais informações, acesse: Síndrome pós-COVID-19 danifica severamente o coração das crianças, assintomáticas ou não



REFERÊNCIAS

  1. https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/2770542 
  2. https://www.jahonline.org/article/S1054-139X(20)30338-4/fulltext
  3. https://www.eurekalert.org/pub_releases/2020-09/esoc-sso091720.php
  4. https://news.northwestern.edu/stories/2020/09/covid-ventilator-nerve-damage

Jovens hospitalizados com COVID-19 enfrentam sérios riscos de eventos adversos Jovens hospitalizados com COVID-19 enfrentam sérios riscos de eventos adversos Reviewed by Saber Atualizado on outubro 09, 2020 Rating: 5

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