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Estudo encontra forte evidência de que as tarântulas possuem visão colorida



Muitos já devem ter reparado que algumas tarântulas são bem coloridas, particularmente espécies com um azul metálico bem chamativo e cores verdes bem vibrantes. Cientistas sempre ficaram intrigados com a ocorrência dessas colorações nesses aracnídeos, especialmente porque as tarântulas são ativas primariamente à noite e devido ao fato de ser amplamente aceito que essas aranhas não são capazes de diferenciar entre cores - muito menos possuir real visão colorida. Agora, em um estudo publicado no periódico Proceedings of the Royal Society B (1), cientistas trouxeram fortes evidências dando suporte a duas hipóteses que esclarecem parte desse mistério: cores azuis podem ser usadas para a comunicação entre potenciais parceiros sexuais, enquanto cores verdes conferem a habilidade de camuflagem entre as folhagens. O estudo, consequentemente, sugere que as tarântulas não são cegas para cores, como previamente pensado, sendo capazes de perceber os tons azuis mais brilhantes sobre seus corpos.  


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A família Theraphosidae inclui algumas das mais visualmente impactantes aranhas em termos de coloração corporal. Comumente conhecidas como tarântulas, esses animais são notáveis pelo fato de frequentemente trazerem vívidas colorações, especialmente violeta, azul, verde e roxo, ao longo de todo o clado. No entanto, um antigo enigma ainda persiste no meio acadêmico relacionado à evolução da origem e manutenção dessas cores nesses animais, cujos hábitos são quase inteiramente crepusculares e noturnos. E, até o momento, pouca atenção havia sido dado a esse mistério na literatura científica.

Para esclarecer essa questão, pesquisadores da Universidade Mello Carnegie e da Faculdade Yale-NUS buscaram analisar em detalhes a filogenia e o genoma dessas aranhas, na caça de pistas que desvendassem os fatores evolutivos levando à presença de vívidas cores nas tarântulas. As primeiras análises visaram investigar a expressão de várias opsinas (proteínas sensíveis à luz geralmente encontradas nos olhos dos animais) no corpo dessas aranhas. Os resultados mostraram que, contrário ao tradicionalmente assumido, a maioria das tarântulas possuem quase um complemento inteiro de opsinas artrópode-relacionadas que são normalmente expressas em aranhas ativas durante o dia e que possuem boa visão colorida, como a aranha-pavão (Maratus volans).

Esse achado sugere que as tarântulas podem perceber as cores azuis mais brilhantes - geralmente metálicas - de outras tarântulas. Reforçando essa sugestão, os pesquisadores encontraram que a coloração azul não está correlacionada com a habilidade de urticar ou de estridular - ambos mecanismos comuns de defesa - sugerindo que o processo evolutivo envolvido não visou defesa contra predadores ou agressores, mas, sim, um meio de atrair potenciais parceiros de acasalamento (sinalização sexual).

Os pesquisadores também realizaram uma análise filogenética comparativa - compreendendo uma árvore evolutiva de 110 milhões de anos - e encontraram que os ancestrais das tarântulas eram provavelmente azuis e que essa cor evoluiu de forma independente pelo menos 5 vezes dentro da família Theraphosidae - indicando seleção natural atuante. Curiosamente, essa cor também foi perdida múltiplas vezes em certas regiões do planeta.

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Já sobre a coloração verde, os pesquisadores encontraram que essa cor evoluiu pelo menos oito vezes e que não parece ter sido perdida em qualquer ponto ao longo da evolução das tarântulas - indicando forte seleção natural. Especificamente, os pesquisadores encontraram que a evolução da cor verde parece depender se a espécie em questão é arbórea (habitante de árvores), indicando que essa cor provavelmente possui função de camuflagem. Dos 11 gêneros com a presença de cor verde analisados no estudo, seis táxons eram arbóreos, incluindo um gênero (Poecilotheria) onde ambos os traços evoluíram (cor verde e habitat arborícola), e vários outros possuíam ancestrais diretos que eram arborícolas. Além disso, na análise comparativa filogenética, a cor verde sempre aparecia precedida pelo comportamento arborícola. E mesmo gêneros com a cor verde sem comportamento arborícola e sem ancestrais arborícolas diretos estavam associados a clados-irmãos com a presença de membros arborícolas.


Mais estudos são necessários agora para corroborar esses achados, e também explorar a evolução de outras cores além do verde e do azul. Talvez a visão colorida proposta para as tarântulas vá além do azul, considerando que o violeta e o roxo muito pouco provavelmente estão envolvidos com camuflagem no meio natural.


Estudo encontra forte evidência de que as tarântulas possuem visão colorida Estudo encontra forte evidência de que as tarântulas possuem visão colorida Reviewed by Saber Atualizado on setembro 27, 2020 Rating: 5

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