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Essa gata consegue imitar humanos! Primeira evidência científica dessa habilidade em gatos


Um estudo publicado recentemente no periódico Animal Cognition (1) trouxe evidência empírica de um gato doméstico (Felis catus) capaz de aprender com sucesso a reproduzir ações humano-demonstradas baseadas no paradigma Do as I Do ("Faça como Eu Faço"). Isso sugere que a habilidade de reconhecer similaridade comportamental pode cair dentro do espectro de habilidades sócio-cognitivas dessa espécie. Essa habilidade só havia sido observada em um número bem limitado de animais, especificamente golfinhos, papagaios, primatas superiores e orcas.


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Apesar de um aumento nas pesquisas interessadas em entender o comportamento e cognição dos gatos, muito pouco ainda é conhecido sobre vários aspectos das suas capacidades sócio-cognitivas. Particularmente, enquanto aprendizado social e imitação têm sido o foco de estudo em várias outras espécies, temos ainda limitados dados contexto-específicos sobre as habilidades de aprendizado dos gatos. O que se sabe nesse sentido é que os gatos tendem a prestar atenção a outros da mesma espécie quando comida está envolvida. Filhotes são mais prováveis de participar de barganhas com alimentos caso observem a mãe o fazer.


Há cerca de 10 mil anos, os gatos começaram a ser domesticados na região do Sudeste Asiático, e como resultado da domesticação, gatos compartilharam seu ambiente natural com humanos. Gatos vivendo em famílias humanas frequentemente possuem maior exposição a humanos do que outros membros da mesma espécie e eles predominantemente interagem com humanos em várias atividades (brincadeiras, alimentação, etc.) desde muito novos. Evolução e desenvolvimento no ambiente social humano coloca os gatos entre as poucas espécies domesticadas de interesse onde existe ampla possibilidade para aprendizado social a partir de humanos, particularmente a habilidade de reproduzir movimentos corporais demonstrados por membros de outra espécie (no caso, Homo sapiens).


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Nesse sentido, no novo estudo, os pesquisadores investigaram o curioso caso do gato fêmea de 11 anos de idade chamado Ebisu (uma homenagem ao deus Japonês da prosperidade). Infelizmente hoje falecida - complicações de uma doença renal desenvolvida no ano passado -, a gata vivia em uma loja de animais e era altamente motivada por alimento, tornando-a fácil de treinar pela sua dona, Fumi Higaki, a qual também é uma treinadora de cães em Ichinomiya, Japão. Aproveitando a oportunidade de já estar trabalhando com Higaki, a pesquisadora Claudia Fugazza, da Universidade Eötvös Loránd, Hungria, e autora principal do novo estudo, resolveu investigar em mais detalhes as habilidades de imitação de Ebisu.


Enquanto Fugazza observava de longe - a gata era bastante tímida -, Higaki mostrou que Ebisu podia copiar várias ações familiares após o comando 'Do it!' ("Faça isso!"), como abrir uma caneta de plástico e morder uma corda de borracha. Então, Higaki resolveu pedir para a gata imitar dois novos comportamentos - ou seja, que nunca foram antes treinados na gata. Enquanto de pé na frente de Ebisu, Higaki levantou sua mão direita e tocou a caixa. Em outras vezes, Higaki torceu seu corpo para baixo e esfregou seu rosto contra a caixa, como mostrado no vídeo abaixo. Em 16 testes subsequentes, Ebisu acuradamente copiou os novos comandos da sua dona mais de 81% das vezes, reportou Fugazza e seu time de pesquisa.


            


Nos testes envolvendo a torção corporal, o fato do gato ter usado sua pata e rosto para tocar a caixa quando sua dona usou sua mão e seu rosto, respectivamente, indica que Ebisu era capaz de 'mapear' as partes corporais de Higaki nas sua própria anatomia. Essa sugestão é reforçada pelo fato da gata, em quatro testes, ter demonstrado as ações de cópia sobre o chão, longe da caixa ("ações no vácuo"). Em outras palavras, é a primeira evidência de que o paradigma de treino Do as I Do pode ser aplicado a gatos e generalizado por esses animais (entendimento de que 'Do it!' significa 'Copie isso!'), implicando que gatos possuem a habilidade reconhecer similaridade comportamental e reproduzir ações de um modelo heteroespecífico (membro de outra espécie). 


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Apesar do estudo ter sido conduzido em um único gato - e de forma limitada devido ao avanço da doença renal no felino -, os pesquisadores acreditam ser provável que a maioria dos gatos domésticos possam imitar as pessoas. De fato, existem reportes anedóticos de donos afirmando ter presenciado seus gatos imitando certos comportamentos cotidianos. Estudos futuros envolvendo um maior número de gatos precisam ser realizados para corroborar ou não a hipótese. Caso confirmada, isso indicaria que a habilidade de imitar as pessoas pode estar mais amplamente presente no Reino Animal do que antes sugerido.


(1) Publicação do estudo: https://link.springer.com/article/10.1007/s10071-020-01428-6

Essa gata consegue imitar humanos! Primeira evidência científica dessa habilidade em gatos Essa gata consegue imitar humanos! Primeira evidência científica dessa habilidade em gatos Reviewed by Saber Atualizado on setembro 26, 2020 Rating: 5

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