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Resfriado comum pode ajudar o corpo a combater o novo coronavírus



Até o momento, são mais de 18,5 milhões de casos oficialmente registrados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) e mais de 700 mil mortes confirmados devido à doença associada (COVID-19), com ambos os valores muito subestimados. Segundo evidências acumuladas, cerca de 80% dos infectados englobam casos que não necessitam de hospitalização, e 5% acabam evoluindo para casos graves. Ainda não se sabem todos os fatores envolvidos na suscetibilidade à doença, mas comorbidades pré-existentes, fatores genéticos e grupo sanguíneo parecem contribuir para os variados graus de severidade. Agora, em um estudo publicado no periódico Science (1), pesquisadores encontraram um possível novo fator nesse sentido: células-T elicitadas por infecções com outros coronavírus responsáveis pelo resfriado comum.

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As células-T de memória do seu sistema imune mantêm uma "biblioteca" de traços virais (antígenos) oriundos de vírus que previamente interagiram com seu organismo. Essas células especializadas dão um aviso adiantado a outras células do corpo para iniciarem uma ofensiva contra invasores repetidos. Em meio à pandemia, cada vez mais estudos vêm começado a descrever as respostas de células-T antígeno-específicas referentes ao SARS-CoV-2. Surpreendentemente, esses estudos também vêm reportando que 20-50% das pessoas que não foram expostas ao SARS-CoV-2 possuem significativa reatividade de células-T direcionada contra peptídeos (proteínas) correspondentes às sequências do SARS-CoV-2. Essa resposta imune específica pré-exposição mostrou ser medida por células-T CD4+, e observada em indivíduos de diferentes partes do mundo, desde EUA até Singapura.

Em um estudo mais recente, publicado na Cell, pesquisadores do Instituto La Jolla, Califórnia, EUA, também encontraram que 40% a 60% das pessoas nunca expostas ao SARS-CoV-2 tinham células-T que reagiam ao vírus. Em outras palavras, o sistema imune desses indivíduos estava, de fato, reconhecendo fragmentos proteicos de um vírus nunca antes testemunhado pelo corpo.

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No novo estudo, o mesmo time de pesquisa do Instituto La Jolla confirmou uma hipótese prévia sobre a origem dessa imunidade parcial pré-exposição. Usando amostras de sangue de indivíduos não-expostos ao SARS-CoV-2 coletadas entre março de 2015 e março de 2018, eles mapearam 142 epítopos (porções mínimas de antígenos capazes de gerar resposta imune) de células-T ao longo do genoma do SARS-CoV-2 para facilitar a identificação de células-T CD4+ específicas do novo coronavírus. 

Com esses dados mapeados, os pesquisadores demonstraram que um espectro de células-T de memória CD4+ pré-existentes compartilhavam antígenos derivados de estruturas proteicas comuns entre o SARS-CoV-2 e quatro coronavírus responsáveis pelo resfriado comum (HCoV-OC43, HCoV-229E, HCoV-NL63, ou HCoV-HKU1).

Apesar de ainda ser altamente especulativo, os pesquisadores sugerem que essa imunidade parcial prévia pode explicar parte das variações de severidade entre os infectados pelo SARS-CoV-2. Quando o organismo luta contra coronavírus de resfriado comum, o sistema imune aprende a reconhecer estruturas proteicas conservadas entre os coronavírus. Ou seja, quem teve um resfriado antes de ficar contaminado pelo SARS-CoV-2 teria um menor risco de desenvolver uma COVID-19 mais severa.

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Ainda segundo os autores, como a maior parte das vacinas sendo testadas visam a principal proteína (Spike) do SARS-CoV-2, incluir nas formulações desses produtos outros alvos derivados de coronavírus capazes de também elicitar respostas específicas de células-T pode aumentar a eficiência da imunização.

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ATUALIZAÇÃO (10/02/21): Porém, um estudo publicado agora no periódico Cell encontrou que os anticorpos produzidos pelo corpo contra resfriados comuns causados por coronavírus (CoVs) não protegem contra o SARS-CoV-2. Caso existe alguma proteção imune contra o novo coronavírus a partir de infecção prévia com coronavírus de resfriado, imunidade humoral não parece colaborar.
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(1) Publicação do estudo: Science
Resfriado comum pode ajudar o corpo a combater o novo coronavírus Resfriado comum pode ajudar o corpo a combater o novo coronavírus Reviewed by Saber Atualizado on agosto 04, 2020 Rating: 5

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