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Onda extrema de calor na Sibéria foi causada pelo aquecimento global antropogênico


Em um reporte do World Weather Attribution (WWA) (1), um time internacional de cientistas climáticos liderados pelo UK Met Office concluiu que a devastadora onda de calor entre janeiro e junho de 2020 observada na região do Ártico - mais especificamente na Sibéria - foi, no mínimo, mais de 600 vezes mais provável de ocorrer como um resultado das mudanças climáticas induzidas pelo aquecimento global antropogênico. Os pesquisadores reforçaram que os recordes registrados durante essa anômala onda de calor seriam impossíveis sem as mudanças climáticas induzidas pelas atividades humanas. Isso vem para corroborar mais uma vez o consenso acadêmico de que o aquecimento global antropogênico é real e já está impactando profundamente o planeta (I).

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Desde o começo deste ano, temperaturas anormalmente altas têm sido repetidamente reportadas na Sibéria. Por exemplo, no dia 17 de junho, a Rússia como um todo experienciou um número de recordes de temperatura alta, com a média de janeiro a maio sendo 5,3°C acima da média de 1951-1980 e contribuindo para que a média global de janeiro a maio fosse a segunda mais quente no registro histórico pós-Revolução Industrial. No dia 20 de junho, na cidade Russa de Verkhoyansk, em meio a uma prolongada onda de calor Siberiana e aumento da atividade de queimadas.

Aliás, 12710 quilômetros quadrados foram atingidos por queimadas em plena Sibéria, e ainda um valor mais alto do que a área atingida pelas queimadas do ano passado (10940 quilômetros quadrados). Essas massivas queimadas levaram à liberação de 56 megatoneladas de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera apenas em junho - o principal gás de efeito estufa por trás do atual processo de aquecimento global antropogênico. Altas temperaturas e condições secas nos primeiros 6 meses deste ano provavelmente exacerbaram essas queimadas. 

Pressão muito mais baixa do que o normal sobre o Oceano Ártico - o qual vem sofrendo uma massiva perda de gelo devido ao aquecimento global antropogênico (Acesse: Veja o gelo marinho do Ártico afinando e desaparecendo) -, se estendendo do sul ao norte da Sibéria, pode ter contribuído para as altas temperaturas na região Siberiana em janeiro-abril.

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Já no último dia 18 de julho, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) anunciou que a média de temperatura global em junho ficou 0,92°C acima da média do século XX de 15,5°C, ficando empatada com a média registrada em junho de 2015 como a terceira maior temperatura desse mês no registro de 141 anos (2). Apenas junho de 2016 e junho de 2019 foram mais quentes. Junho deste ano também foi o 44° junho consecutivo e o 426° mês consecutivo com temperaturas acima da média, e 9 dos 10 mais quentes períodos de junho ocorreram desde 2010. 



No estudo reportado pela WWA, os cientistas buscaram investigar via múltiplos métodos analíticos o papel do aquecimento global antropogênico na probabilidade e na intensidade dos dois eventos anteriormente citados: (i) as persistentes anomalias de altas temperaturas ao longo da região Siberiana (60–75ºN, 60–180ºE) de janeiro a junho de 2020 e, (ii) o recorde de temperatura de 38°C reportado na cidade de Verkhoyansk (67.55ºN, 133.38ºE).

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Após robusta análise dos dados e construção de modelos climáticos, os pesquisadores chegaram à conclusão, com alta confiança nos resultados, que períodos extremamente quentes como os 6 meses de janeiro a junho de 2020 sobre a região da Sibéria teriam sido pelo menos 2°C mais frios em um mundo sem a influência humana. O atual processo de aquecimento global antropogênico fizeram esses eventos ocorrerem com uma probabilidade mais de 600 vezes maior do que no início do século XX.

As análises indicaram também que, chegando em 2050, temperaturas regionais anômalas nos primeiros 6 meses do ano serão no mínimo 0,5°C mais quentes, e possivelmente até 5°C mais quentes, com tais períodos de recordes correspondentes de temperatura ficando cada vez mais frequentes. De fato, o governo na Rússia já ligou o alerta e planeja medidas para o país melhor se adaptar às mudanças climáticas.


(1) Publicação do reporte: WWA

(2) Referência: NOAA

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Onda extrema de calor na Sibéria foi causada pelo aquecimento global antropogênico Onda extrema de calor na Sibéria foi causada pelo aquecimento global antropogênico Reviewed by Saber Atualizado on julho 20, 2020 Rating: 5

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