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Uso de máscara é o meio mais efetivo para frear a pandemia, sugere estudo


A pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2) avança cada vez mais pelo mundo, e atingiu com força o Brasil. Aqui no nosso país já são quase 900 mil casos confirmados e mais de 43 mil mortes registradas, e a curva epidêmica continua em ascendência acelerada. No entanto, mesmo nesse cenário, os estados Brasileiros começaram uma abertura econômica, sem esperar passar o pico epidêmico como fizeram outros países. Nesse cenário, medidas de distanciamento social e do uso universal das máscaras faciais estão tentando ser reforçadas para que as consequências não sejam mais catastróficas. E um estudo publicado esta semana na Proceedings of the National Academy of Sciences (1) trouxe mais evidências aumentando a importância das máscaras e argumentando que a via aérea é a principal forma de transmissão do SARS-CoV-2. 

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Existem várias vias plausíveis pelas quais o SARS-CoV-2 pode ser transmitido de pessoa para pessoa (I). Inicialmente, o vírus precisa ser expelido para fora do corpo do infectado, e isso ocorre quando gotículas ou aerossóis carregando partículas virais - arrastadas ao longo do trato respiratório superior - são lançadas pela tosse, espirro, fala e até mesmo pela simples respiração. À medida que o vírus é espalhado, a rota de transmissão ocorre via contato direto (deposição das gotículas nas pessoas) ou indireto (deposição das gotículas em objetos contaminados) e potencialmente através do ar (através de gotículas muito pequenas e aerossóis).

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Grandes gotículas prontamente saem do ar devido à gravidade e contaminam objetos e pessoas bem próximas da fonte de origem. Quando alguém toca nesses objetos contaminados com a mão, por exemplo, o vírus pode alcançar o trato respiratório superior quando o indivíduo coça o nariz ou coloca o dedo na boca. Em contraste, os aerossóis - partículas muito pequenas formadas quando as gotículas evaporam deixando apenas um núcleo sólido - persistem por um bom tempo flutuando e são dispersos eficientemente no ar. Os aerossóis podem percorrer grandes distâncias e depositarem diretamente no trato respiratório do indivíduo quando este respira.

O distanciamento social - manter aquele afastamento mínimo de 1-2 metros entre as pessoas - é eficaz para impedir que gotículas maiores e menores expelidas pelos infectados contaminem diretamente outras pessoas (I). Lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou álcool em gel ajuda a prevenir a contaminação indireta ao remover fisicamente o vírus. As máscaras são muito importantes para impedir - ou reduzir ao máximo - que gotículas e aerossóis expelidas pela fala, tosse, espirro e respiração alcancem outras pessoas ou ambiente ao redor (ficam barradas no tecido da máscara), e também garantem moderada proteção para o indivíduo que a esta usando contra gotículas e parte dos aerossóis contaminados. Já as medidas de isolamento social e quarentena ajudam a cortar todas as possíveis formas de infecção, mas especialmente o contato direto e indireto.


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(II) No entanto, evidências mais recentes sugerem que um número de situações podem fazer com que essas gotículas maiores e menores alcancem maiores distâncias. Para mais informações, acesse: 
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Estudos experimentais e observacionais prévios sobre a transmissão inter-humana de vírus respiratórios têm indicado um significativo papel dos aerossóis na transmissão desses patógenos, incluindo o vírus Influenza (gripe), SARS-CoV-1 (SARS), MERS-CoV (MERS). Várias linhas de evidências também apontam que a rota aérea é de grande importância para a transmissão do SARS-CoV-2 (I). Parâmetros como temperatura, umidade, resistência a estresses externos físicos e biológicos, e radiação solar ultravioleta provavelmente influenciam o potencial de transmissão aérea.

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No novo estudo, um time de pesquisadores Norte-Americanos da Universidade do Texas, Universidade da Califórnia (San Diego), e da Universidade Texas A&M, resolveram investigar mais a fundo as rotas de infecção do SARS-CoV-2 e encontrar o principal mecanismo de transmissão e a melhor forma  de proteção individual e comunitária. Para isso, eles analisaram as tendências epidêmicas e medidas de mitigação em Wunhan (epicentro inicial da pandemia), China, Itália e New York durante o período indo de 23 de janeiro até 9 de maio de 2020.

Os resultados das análises revelaram que a diferença entre usar e não usar máscaras faciais representam o fator determinante que moldou a curva de contágio nos três epicentros da pandemia (Wuhan, New York e Itália). De acordo com o estudo, apenas essa medida de proteção significativamente reduziu o número de infecções, estimado em mais de 78 mil casos na Itália de 6 de abril até 9 de maio, e em mais de 66 mil em New York de 17 de abril até 9 de maio.

Segundo os autores, falhas em conter a propagação do SARS-CoV-2 em diferentes países é em grande parte atribuído à falha em reconhecer a importância da transmissão aérea do vírus. Nesse sentido, o uso de máscaras seria essencial para reduzir ao máximo a emissão de gotículas e aerossóis contaminados. Apenas medidas de distanciamento social, de limpeza de superfícies e de lavagem das mãos seriam insuficientes - apesar de serem importantes. Assim, ainda segundo os autores, o uso das máscaras em público corresponde ao mais efetivo meio para prevenir a transmissão inter-humana, e que esse método barato e prático, em conjunto simultâneo com distanciamento social, quarentena e rastreamento dos casos (via testes em massa), representam a mais provável oportunidade de luta para parar a pandemia da COVID-19.

Os achados do estudo concordam com uma atualização recente do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), a qual sugere que o contato indireto via superfícies contaminadas está longe de representar a rota principal de transmissão, considerando as altas taxas e eficiência de contágio do SARS-CoV-2 (superiores às da gripe). Ainda segundo o CDC, o distanciamento social é um meio muito importante de prevenir a infecção. Também concordam com um estudo recente publicado no periódico American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine (2), o qual encontrou que regiões ao longo de 42 países e 6 continentes que adotaram bem cedo o uso universal das máscaras tiveram epidemias no máximo moderadas, como foi o caso de vários países Asiáticos onde culturalmente o uso das máscaras é bem aceito entre a população - apesar dos autores reforçaram ser difícil determinar se o uso isolado de máscaras é mais efetivo do que a lavagem das mãos ou distanciamento social, ou sua efetividade em comparação com medidas de isolamento social amplo e rastreamento/testagem em massa. De qualquer forma, os autores nesse último estudo acreditam que o uso de máscaras é um elemento importante no controle epidêmico. 

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Voltando ao primeiro estudo, os autores reforçaram, porém, que muitas dúvidas ainda permanecem, como a distribuição do número e de tamanho dos aerossóis através da tosse, espirro, fala e respiração; a carga viral carregada por partícula emitida por diferentes tipos de infectados; a mínima dose viral para iniciar uma infecção via aerossóis; e a eficiência das máscaras caseiras e médicas em filtrar aerossóis. Respostas para essas perguntas podem reforçar ou reduzir a importância das máscaras em geral.

De qualquer forma, essas evidências se acumulando em favor das máscaras faciais são também um alerta para as aglomerações aqui no Brasil. Muitas pessoas não estão usando - ou estão usando de forma errada - as máscaras, expondo grande perigo para outras pessoas ao redor, especialmente em ambientes mais fechados. É extremamente comum pessoas usando a máscara no queixo ou abaixo do nariz, ou mesmo tirando a máscara para falar ou tossir ou espirrar. Nesse último ponto, é também comum a crença que as máscaras são equipamentos de proteção apenas individual, sendo que o papel principal é de proteção comunitária.


(1) Publicação do estudo: PNAS

(2) Publicação do estudo: AJRCCM


Uso de máscara é o meio mais efetivo para frear a pandemia, sugere estudo Uso de máscara é o meio mais efetivo para frear a pandemia, sugere estudo Reviewed by Saber Atualizado on junho 14, 2020 Rating: 5

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