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Exercícios físicos podem prevenir ou amenizar quadros severos de COVID-19, sugere estudo


Em um estudo de revisão publicado no periódico Redox Biology (1), pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Virginha, EUA, sugeriram que a prática regular de exercícios físicos pode reduzir significativamente o risco de desenvolvimento da síndrome respiratória aguda grave (SRAG), uma das principais causas de morte em pacientes infectados com o novo coronavírus (SARS-CoV). Com base nos resultados do estudo, os pesquisadores recomendaram fortemente que as pessoas não parem de se exercitar durante o estado de isolamento social e quarentenas. Os resultados também apontam para uma possível nova via terapêutica de tratamento para a COVID-19, doença causada pelo SARS-CoV-2.

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Muitos pacientes com COVID-19 experienciam uma resposta imune exagerada que leva a lesões no tecido pulmonar, SRAG e, ultimamente, morte. A SRAG é uma condição marcada por sérios danos inflamatórios no pulmão e caracterizada por uma falta de oxigênio nos tecidos do corpo e por um tecido pulmonar enrijecido. Pacientes com SRAG necessitam de hospitalização e de ventilação mecânica, e, mesmo quando também implementado um tratamento padrão, a taxa de mortalidade nesse grupo de pacientes alcança 41-45%. É estimado que a SRAG afeta entre 3% e 17% de todos os pacientes com COVID-19, e, baseado em dados do Centro de Controle e de Doenças dos EUA, é estimado que 20% a 42% dos pacientes hospitalizados com COVID-19 irão desenvolver SRAG.

No entanto, aproximadamente 80% dos pacientes com COVID-19 - excluindo aqui os casos assintomáticos de simples infecção pelo vírus - possuem apenas sintomas leves da doença, sem necessidade de suporte respiratório. Várias hipóteses estão sendo investigadas, incluindo causas genéticas, que expliquem essas drásticas diferenças de evolução clínica da doença.

Nesse sentido, no novo estudo de revisão, os pesquisadores sugeriram que uma enzima antioxidante endógena - chamada superóxido extracelular dismutase (EcSOD, na sigla em inglês) - pode estar envolvida em certo grau na determinação da gravidade da SRAG.

A EcSOD é uma molécula extracelular responsável pela limpeza dos danosos ânions superóxidos (O2.-), um radical livre que pode reagir com diversas estruturas celulares e danificar suas funções - e essa reação, normalmente, é dada em cadeia, com um radical inicial formando outros radicais. Junto com outros radicais oxigenados, os ânions superóxidos são prevalentes no corpo já que o nosso sistema metabólico é aeróbico, ou seja, utiliza o oxigênio para a produção energética, e acaba gerando essas moléculas altamente reativas como subprodutos. A EcSOD é única na sua função antioxidante por possuir uma exclusiva capacidade de ligação com a superfície celular e a matriz extracelular através do seu domínio heparina-ligante. De fato, esse antioxidante age como primeira linha de defesa no espaço extracelular. Um maior nível de atividade da EcSOD previne danos e estresse oxidativos no corpo, o que é fundamental em uma variedade de patologias.

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No estudo de revisão, foi mostrado que uma diminuição nos níveis de EcSOD é vista em várias doenças, incluindo patologias pulmonares, doença cardíaca isquêmica e falha renal. Além disso, quando a produção desse antioxidante é bloqueada em ratos, existe uma piora em problemas cardíacos, enquanto que um aumento na produção traz efeitos benéficos. Uma diminuição nos níveis de EcSOD mostrou estar também associada com outras condições crônicas, como osteoartrite.

Mas o mais notável achado do estudo foi mostrar que os nossos músculos esqueléticos naturalmente secretam EcSOD, produção essa induzida pela prática de exercícios de resistência - como corrida - e redistribuída através da circulação aos tecidos periféricos, agindo como um transdutor molecular de exercícios físicos para conferir proteção contra o estresse oxidativo e danos associados a vários processos patológicos. Segundo conclui o estudo, a prática regular de exercícios físicos pode inclusive prevenir ou pelo menos reduzir a severidade da SRAG, além de reduzir danos cardíacos que parecem ser induzidos pela COVID-19.

Os pesquisadores também mostraram que mesmo uma única sessão de exercícios físicos aumenta a produção da EcSOD. Nesse cenário, ainda segundo os pesquisadores, fica mais do que recomendado que as pessoas encontrem formas de se exercitarem mesmo em meio às medidas de distanciamento social amplo, as quais incluem a orientação de ficar em casa o máximo possível.

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Os achados também suportam possíveis tratamentos usando a molécula de EcSOD para pacientes com COVID-19 e outras patologias. Terapia genética, por exemplo, pode um dia ser usada para aumentar a produção do antioxidante para otimizar as defesas do corpo. Aliás, a EcSOD já é proposta como uma potencial via terapêutica para a retinopatia diabética, uma complicação na diabetes que pode levar à cegueira.


(1) Publicação do estudo: Redox Biology

Exercícios físicos podem prevenir ou amenizar quadros severos de COVID-19, sugere estudo Exercícios físicos podem prevenir ou amenizar quadros severos de COVID-19, sugere estudo Reviewed by Saber Atualizado on abril 22, 2020 Rating: 5

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