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Quase 10x mais casos de SRAG até o começo de abril do que a média dos últimos 10 anos


Segundo reportou hoje o Instituto FioCruz, com base no novo relatório semanal do sistema InfoGripe, relativo à semana epidemiológica 15 (1) , o cenário de crescimento das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) continua seguindo o alto e anormal ritmo observado nas últimas semanas. Todas as regiões do país seguem na zona de risco e com atividade semanal muito alta para SRAG, com predominância muito grande do novo coronavírus (SARS-CoV-2) entre os casos que já tiveram um resultado laboratorial positivo. A partir desta semana, o sistema passou a incluir também novos dados sobre óbitos de SRAG; casos de SRAG por Covid-19 e óbitos de SRAG por COVID-19.

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(1) Boletim da FioCruz: Semana Epidemiológica 15

Na contagem da Fiocruz até 4 de abril deste ano, o Brasil teve 33,5 mil internações por SRAG, muito acima da média desde 2010, de 3,9 mil casos. Mesmo em 2016, quando houve um surto de H1N1, foram registrados 10,4 mil casos no mesmo período do ano. Segundo especialistas, provavelmente quase todos os casos de excesso são devido à COVID-19, mesmo levando em conta a inclusão de casos oriundos da rede privada, antes não levados em conta para o levantamento nacional.

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Entre 5 e 11 de abril, os casos de SRAG em todo Brasil mantiveram a tendência de crescimento observada anteriormente, ainda que com taxa de crescimento menos acelerada do que vinha ocorrendo em março. Esta desaceleração já havia sido observada na semana anterior. Entretanto, o boletim reforça que é preciso cautela quanto à interpretação de dados muito recentes.

Até o dia 11 de abril, foram registrados oficialmente um total de 32360 casos no ano. Destes, 7175 tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, sendo 70% para o novo coronavírus. Outros 9627 exames tiveram resultados negativos  e ao menos 16790 ainda aguardam resultado.

“O volume de hospitalizações por SRAG permanece extremamente elevado, muito acima do esperado e muito acima de anos anteriores em todas as regiões. Por outro lado, embora esses números continuem subindo, se confirmou a desaceleração apontada na semana anterior”, afirma o coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, em entrevista ao portal da FioCruz (2).

O pesquisador explica que embora pareça haver uma diminuição na mediana de casos, ainda é cedo para afirmar que isto de fato ocorreu. “A dificuldade de digitação e a data dos primeiros sintomas até tem se mostrado importante para a dificuldade de análises mais concretas em relação às últimas semanas. Basta olhar o intervalo de confiança, que está muito grande. Ainda é cedo para falar em decréscimo”, destaca.

A metodologia do sistema utiliza estimativas para completar os dados mais recentes. O modelo estatístico desenvolvido pela equipe foi publicado na revista Statistics in Medicine (3) e utiliza o padrão de atraso entre primeiros sintomas e data de digitação para estimar os casos que ainda não foram digitados.

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A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é caracterizada por um conjunto de sintomas que incluem febre, tosse ou dor de garganta e dificuldade de respirar. A hospitalização ou óbito por SRAG é de notificação obrigatória. Unidades de saúde que identificam um paciente que se enquadre nos critérios devem notificar. Os dados são reunidos em sistema nacional pelo Ministério da Saúde e repassados ao InfoGripe uma vez por semana.

“Algumas unidades inserem esse dado no sistema de informação digital diretamente, enquanto outras dependem do município fazer a digitação. Historicamente, apenas as unidades do SUS faziam essa notificação, com apenas algumas unidades privadas também notificando. Agora com a emergência em saúde mais unidades privadas passaram a notificar”, esclarece Gomes.

O tempo de inserção dos dados no sistema pode variar muito entre os estados, pois depende da infraestrutura de equipes responsáveis pela digitação nas unidades de saúde, secretarias municipais e estaduais de saúde. “Em alguns locais pode chegar a levar mais de um mês para que o caso seja digitado, por exemplo”, conta o pesquisador.

Os cientistas da Fiocruz listam três motivos que apontam o Sars-Cov-2 como o responsável pelo expressivo crescimento dos casos de SRAG:

- Aumento das internações fora da época (bem antes do inverno);

- Idosos como os mais afetados (respondem por 36% dos casos, contra apenas 10% de crianças com menos de 2 anos, os principais casos esperados em uma situação normal; idosos representam o principal grupo de risco da COVID-19);

- Percentual de testes negativos para outras gripes mais alto.

“Não tem nada que justifique o aumento do número de casos de idosos. A gente teve até vacinação antecipada dessas pessoas neste ano. Pode ter certeza que é Covid-19. É provavelmente quase tudo Covid-19. Não tem outra explicação pra isso”, afirma o epidemiologista, infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Antonio Bandeira, em entrevista ao G1 (4).

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E provavelmente a situação irá piorar nos próximos meses, já começando em maio, devido à chegada do inverno, quando os outros vírus começam a causar internações por SRAG, o que pode causar uma sobrecarga ainda maior ao sistema de saúde.

"A chegada da Covid-19 ocorreu durante a estação do ano em que a atividade dos vírus respiratórios é, em geral, baixa", afirmam os pesquisadores da Fiocruz. "Apenas em 2010 e 2016 a sazonalidade da SRAG ocorreu mais precocemente (no final do verão e outono) na maioria dos estados brasileiros, com predominância do vírus da Influenza A. O aumento da hospitalização por SRAG tão precocemente em 2020 chama a atenção, uma vez que existe a tendência de aumento de casos entre o outono e o inverno, sobretudo nos estados de maior latitude (mais ao sul)".

A persistência do crescimento de casos e a prevalência da Covid-19 entre os casos confirmados são sinais de alerta para os pesquisadores, especialmente no cenário de proximidade do inverno, que recomendam a manutenção do isolamento social, especialmente no cenário de proximidade do inverno. “A desaceleração serve como motivo de alegria e motivação para continuarmos pois isso é sinal que o isolamento está funcionando, mas ainda não podemos relaxar. O isolamento é fundamental para evitar demanda hospitalar acima da capacidade de atendimento”, aponta Gomes.

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InfoGripe: Esse sistema é uma iniciativa para monitorar e apresentar níveis de alerta para os casos reportados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Os dados são apresentados por estado e por regiões de vigilância para síndromes gripais. O produto é fruto de uma parceria entre pesquisadores do Programa de Computação Científica da Fundação Oswaldo Cruz (Procc/Fiocruz), da Escola de Matemática Aplicada (EMAp) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do GT-Influenza da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (GT-Influenza/SVS/MS).
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(2) Referência: FioCruz

(3) Publicação do estudo: Statistics in Medicine

(4) Referência: g1.com

Quase 10x mais casos de SRAG até o começo de abril do que a média dos últimos 10 anos Quase 10x mais casos de SRAG até o começo de abril do que a média dos últimos 10 anos  Reviewed by Saber Atualizado on abril 23, 2020 Rating: 5

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