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Descoberta abelha primitiva em transição evolutiva preservada em âmbar


Em um estudo publicado no periódico BioOne (1), o pesquisador da Universidade do Estado de Oregon, EUA, George Poinar Jr. descreveu uma abelha primitiva de 100 milhões de anos atrás preservada em âmbar, carregando pólen e cercada de 21 pequenas larvas de besouros parasitas que podem ter sido a causa do seu aprisionamento na resina fossilizada. A abelha é uma fêmea, representando uma nova família, gênero e espécie, e traz características tanto de vespas quanto de abelhas modernas.

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Abelhas são um dos elementos essenciais na história evolucionária e de diversificação das angiospermas (plantas com flores). A grande maioria das abelhas dependem do pólen, néctar, óleos, ceras, odores e resinas de plantas com flores para a nutrição adulta e larval, como ferramenta de atração sexual e para a construção de ninhos. Nesse sentido, várias adaptações morfológicas evoluíram nas abelhas para torná-las capazes de reconhecerem, coletarem e utilizarem os produtos dessas plantas. Hoje sabe-se que esses insetos evoluíram a partir das vespas apoides (Hymenoptera: Apoidea: Spheciformes), marcando, portanto, uma transição de insetos carnívoros para insetos polinívoros (animais herbívoros que comem seletivamente o pólen rico em nutrientes produzido por angiospermas e gimnospermas).

No novo estudo, foi descrito um âmbar formado no Cretáceo Médio que aprisionou uma abelha primitiva fêmea da espécie Dicoscapa apicula e família Discoscapidae (Hymenoptera: Apoidea). O fóssil em questão exibia tanto características de abelhas modernas (clado Anthophila, superfamília Apoidea) quanto de vespas apoides. Com base nos seus hábitos previstos e morfologia, incluindo pelos plumosos, um lobo pronotal arredondado, escopas - estruturas que formas os aparelhos portadores de pólen das abelhas - nas pernas traseiras e do meio, e um par de esporas sobre a tíbia traseira, o espécime encontrado se encaixa no grupo monofilético que atualmente inclui todas as abelhas vivas que utilizam pólen para o desenvolvimento da colmeia. Por outro lado, um basitarso traseiro estreito, soquetes antenais situados em uma posição inferior e específicos padrões de veias nas asas são características exibidas pelo espécime que se enquadram no grupo das vespas apoides.

Uma característica morfológica no novo gênero não encontrada em vespas apoides ou em abelhas é um pedúnculo antenal bifurcado.



Grãos de pólen nos escopas situados sobre o fêmur e a tíbia das pernas do meio e traseiras e sobre a garra e o tarso das pernas do meio indicaram que o espécime visitou uma ou mais flores antes de ser fossilizada em âmbar. Essa hipótese é reforçada pela presença de 21 larvas de besouro parasitas também dentro do âmbar, 5 delas diretamente associadas à abelha, ou seja, possivelmente a atacaram quando pousou em uma flor para coletar pólen (larvas de besouros ainda hoje se reúnem em flores para se anexar a abelhas, como aquelas das famílias Meloidae, Rhipiphoridae e Cleridae). Aliás, é provável que o ataque desse grande número de larvas foi responsável por acidentalmente lançar a abelha - durante o voo - para a resina sendo excretada por alguma árvore.

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Estudos moleculares têm sugerido que as abelhas possuem uma origem Africana, já que as mais antigas ramificações filogenéticas conhecidas são originárias predominantemente de linhagens Africanas. Isso implica que as abelhas podem ter evoluído em Gondwana (supercontinente do hemisfério sul que incluía a Antártida, América do Sul, África, Madagascar, Seicheles, Índia, Oceania, Nova Guiné, Nova Zelândia e Nova Caledônia). Como já foi proposto que os âmbares de Burmese se originaram em Gondwana junto com a parte norte do que é agora a Austrália, é possível que a nova espécie represente uma das mais antigas linhagens que deram origem às abelhas modernas.


(1) Publicação do estudo: BioOne

Descoberta abelha primitiva em transição evolutiva preservada em âmbar Descoberta abelha primitiva em transição evolutiva preservada em âmbar Reviewed by Saber Atualizado on fevereiro 14, 2020 Rating: 5

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