Hygiea pode ser o menor planeta-anão do Sistema Solar

Reportado no periódico Nature Astronomy (1), astrônomos revelaram que o asteroide Hygiea pode ser classificado como um planeta-anão. O objeto é o quarto maior no cinturão de asteroides depois de Ceres, Vesta e Pallas. É a primeira vez que os pesquisadores conseguem observar Hygiea em uma suficiente alta resolução para estudar sua superfície e determinar sua forma e tamanho. Eles encontraram que Hygiea é aproximadamente esférico, potencialmente tomando o lugar de Ceres como o menor planeta-anão conhecido no Sistema Solar.

- Continua após o anúncio -

O achado foi possível através de observações detalhadas com o Very Large Telescope (VLT) - um notável conjunto de quatro telescópios de espelho primário de 8,2 m de diâmetro do Observatório Sul Europeu (ESO) que funcionam de forma independente ou combinada, e localizado no Deserto do Atacama, Chile. Como um objeto no principal cinturão de asteroides, a Hugiea satisfaz de prontidão três dos quatro requerimentos para ser classificado como um planeta-anão: orbita ao redor do Sol, não é um satélite natural e, diferente de um planeta, não clareou a vizinhança ao redor da sua órbita. O último requerimento era que o objeto tenha massa suficiente para sua própria gravidade para tonar sua forma esférica (ou próxima disso).

Usando o instrumento SPHERE associado ao VLT - um dos mais poderosos sistemas de imagem do mundo -, os astrônomos conseguiram resolver o formato de Hygieas, o qual se mostrou quase esférico. O time de pesquisa também usou o SPHERE para melhor estimar o tamanho de Hygiea, encontrando o valor de diâmetro em torno de 434 km, sua densidade (~1,944 kg/m3) e seu período de rotação (~13,8 h). Isso valida a reclassificação desse asteroide para um planeta-anão, o menor no Sistema Solar. Pluto, o mais famoso dos planetas-anões, possui um diâmetro perto de 2400 km, enquanto que Ceres é próximo de 950 km.

Um achado inesperado foi a ausência de uma grande cratera de impacto em sua superfície. Hygiea é o principal membro de uma das maiores famílias de asteroides, com quase 7 mil membros que se originaram do mesmo corpo-mãe. Os astrônomos esperavam que o evento que levou à formação dessa numerosa família tivesse deixado uma grande e profunda marca em Hygiea. Mesmo analisando 95% da superfície do objeto, os pesquisadores só conseguiram identificar duas crateras de menor importância.

- Continua após o anúncio -

A partir de simulações numéricas, os pesquisadores concluíram que a forma esférica de Hygiea e a grande família de asteroides associada provavelmente são o resultado de um violento impacto colisional frontal entre o corpo-mãe e um objeto com diâmetro entre ~75-150 km. O impacto parece ter ocorrido há cerca de 2 bilhões de anos e completamente despedaçou o corpo-mãe. Uma vez que os pedaços que sobraram da colisão foram se reagrupando com o tempo, eles formaram Hygiea e milhares de outros asteroides companheiros.


(1) Publicação do estudo: Nature Astronomy