Desenvolvida vacina contra a herpes genital

Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Pennsylvania desenvolveram uma vacina contra a herpes genital. Testada tanto em ratos quanto em porcos da guineia, a imunização levou ao mais forte tipo de imunidade viral. Os achados foram descritos em um estudo publicado no periódico Science Immunology (1).

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A herpes genital, também chamada de 'vírus simplex da Herpes tipo 2' (HSV-2), é a doença sexualmente transmissível mais comum. Aproximadamente 14% dos Norte-Americanos com idades de 14 a 59 anos, e 11% das pessoas da mesma idade ao redor do mundo, estão infectadas. Infecção pelo HSV-2 pode levar a feridas dolorosas, as quais podem se espalhar para outras partes do corpo. O vírus aumenta o risco do infectado de contrair infecção pelo vírus do HIV em 3-4 vezes, e mulheres grávidas infectadas podem passar herpes para o feto ou, mais comumente, para o bebê durante o parto. E, até o momento, não existe uma vacina para prevenir a infecção pelo vírus.

Para desenvolverem a nova vacina, os pesquisadores se basearam nos mais recentes avanços da medicina no campo da imunoterapia e do câncer, e incorporaram nas vacinas RNA mensageiro (mRNA) nucleosídeo-modificado que codifica três glicoproteínas do HSV-2: gD2, gC2 e IgG. Essa estratégia cria proteínas necessárias para uma forte resposta imune, onde a vacina estimula três tipos de anticorpos: um que bloqueia o vírus da herpes de entrar nas células, e dois que asseguram que o vírus não desligue funções protetoras inatas do sistema imune. Outras vacinas da herpes já testadas frequentemente confiavam apenas no modo de ação bloqueador para anular a virulência do patógeno.

Os pesquisadores, então, aplicaram a nova vacina em 64 ratos, os quais foram, posteriormente, expostos ao vírus da herpes genital. Após 28 dias, 63 dos ratos foram encontrados com uma imunidade esterilizante (o mais forte tipo de imunidade), o que significa que não existia qualquer traço de infecção pela herpes ou da doença após a exposição ao patógeno nos ratos imunizados. De forma similar, 10 porcos da guineia - os quais possuem uma resposta imune ainda mais próxima daquela dos humanos - foram testados com a nova vacina. Nenhum desses suínos desenvolveu lesões genitais e apenas dois mostraram quaisquer mínimas evidências de infecção, mas em uma forma não transmissível.

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Os resultados - confirmando a detecção de respostas de anticorpos neutralizantes e de células-T CD4+ nos animais testados - podem levar a vacina em breve para testes clínicos em humanos.


(1) Publicação do estudo: Science Immunology