Plantas estão desaparecendo do planeta a uma taxa 500 vezes maior do que o naturalmente esperado

Somando ao preocupante e recente relatório do IPBES (1) - o qual reportou que mais de 1 milhão de espécies de animais e de plantas estão em riscos de extinção - um novo reporte pulicado na Nature Ecology & Evolution (2) mostrou que as plantas que carregam sementes (gimnospermas e angiospermas) estão desaparecendo a uma taxa de quase 3 espécies  por ano desde 1900 devido às atividades antropogênicas (desmatamento, mudanças climáticas, poluição, entre outros agentes de interferência humana promovendo desequilíbrios ecológicos). Essa taxa é até 500 vezes mais alta do que seria esperado se apenas forças naturais estivessem agindo. Nos últimos 250 anos, quase 600 espécies de plantas foram extintas.

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(1) Para saber mais, acesse: Colapso ambiental: 1 milhão de espécies de animais e plantas estão em grave risco de extinção por causa dos humanos

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O novo estudo analisou mais de 330 mil espécies e encontrou que as plantas em ilhas e nos trópicos ou sub-trópicos úmidos são as mais prováveis de serem declaradas extintas. Árvores, arbustos e outras plantas pereniais possuem a maior probabilidade de desaparecerem independentemente de onde estão localizadas. Os dados analisados pelo estudo vêm sendo acumulados desde 1988, com as análises levando em conta espécies reportadas extintas e espécies que foram mais tarde redescobertas. O saldo líquido atual é de 571 espécies extintas desde 1753, uma taxa sem precedentes nos últimos milhões de anos e que reforça que estamos testemunhando e causando o 6° evento de extinção em massa do planeta. O número é 4 vezes maior do que aquele indicado na Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais).

Como observado no mapa acima, elaborado pelos pesquisadores, as áreas com alta biodiversidade e crescente desenvolvimento populacional humano, como Madagascar, as florestas tropicais Brasileiras, a Índia e a África do Sul, são as mais suscetíveis à extinção de plantas. Ilhas no geral, como Hawaii, são particularmente sensíveis, já que espécies nesses ambientes muitas vezes não são encontradas em outros locais do mundo.

E a situação piora quando levamos em conta que as espécies consideradas extintas no estudo são aquelas que desapareceram por completo do planeta. Se fôssemos considerar espécies de plantas 'funcionalmente extintas', ou seja, aquelas plantas cujo número populacional na natureza foi reduzido a quase zero e não mais atuam como peça de relevância para o equilíbrio do ecossistema, a quantidade de espécies extintas provavelmente se elevaria várias vezes mais. Algumas espécies de plantas hoje nem mesmo se encontram no meio selvagem, com apenas alguns poucos exemplares sendo conservados em jardins botânicos e outros centros de conservação ambiental.

Apesar de serem amplamente ignoradas, espécies individuais de plantas são essenciais para outros organismos e para o bem-estar do ser humano, e maiores medidas e campanhas de conservação precisam ser implementadas.


(2) Publicação do estudo: Nature

Referência adicional: Nature (Blog)