O filhote de cobra mais antigo do mundo encontrado preservado em âmbar

Em um estudo publicado esta semana na Science Advances, cientistas descreveram os vestígios fósseis de um filhote de cobra que viveu há cerca de 100 milhões de anos, conservados em um pequeno pedaço de âmbar. A resina encapsulando o fóssil foi descoberta em Myanmar, um país no sul da Ásia continental.

Nomeada de Xiaophis myanmarensis, a espécie representando o fóssil de apenas 5 centímetros de comprimento não possuía seu crânio e data do Cretáceo Médio, um período quando nem mesmo os Tiranossauros rex andavam ainda sobre a Terra (e quando Myanmar eram uma ilha que incluía terras da Austral Gondwana). O filhote é o primeiro desse período a ser descoberto em um ambiente florestal.

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A partir de microscópios e escaneamentos com raios-X, os pesquisadores conseguiram analisar em detalhes seu tamanho, forma e orientação dos ossos. Em seguida, essas características morfológicas foram comparadas com outras diversas espécies fossilizadas em um banco de dados na tentativa de encaixá-la em alguma lacuna evolucionária. Após as análises comparativas, foi revelado que as cobras podem ter se movido para ambientes florestais a partir de ambientes aquáticos e regiões costeiras mais cedo do que antes era especulado, e que o mecanismo pelo qual esses répteis desenvolvem os ossos da coluna espinhal mudou muito pouco ao longo das últimas dezenas de milhares de anos.

Devido ao fato de que o fóssil representa um espécime muito novo, os pesquisadores acreditam que informações valiosas podem ser encontradas sobre como os antigos embriões de cobras maturavam, especialmente relativo ao desenvolvimento da coluna espinhal altamente flexível e móvel.

Antes desse fóssil, fósseis de cobras do Cretáceo Médio só foram encontradas ou dentro de ambientes aquáticos ou muito próximas desses últimos. O novo achado sugere que esses répteis já ocupavam um vasto espectro de habitats desde essa época.


Publicação do estudo: Science Advances