Primeiras observações diretas do crescente efeito estufa gerado pelo aumento das emissões de metano

Reportado esta semana na Nature Geoscience, cientistas conseguiram, pela primeira vez, medir diretamente o aumento do efeito estufa na superfície da Terra atrelado ao aumento do metano - o segundo gás estufa mais importante aqui no planeta em termos de Aquecimento Global depois do dióxido de carbono, e liberado em massivas quantidades pelas atividades humanas.

Para conseguir tal feito, pesquisadores Norte-americanos do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley do Departamento de Energia dos EUA, acompanharam o efeito de aquecimento na atmosfera associado às emissões de gás metano por um período de 10 anos (2002-2012) no campo observacional DOE, no norte de Oklahoma. Análises altamente calibradas de longo prazo mediram isoladamente as mudanças no efeito estufa na atmosfera devidas ao metano. Para controlar diversos fatores de interferência, como o vapor de água e outros gases/partículas, os pesquisadores realizaram as medidas espectroscópicas apenas sobre os comprimentos de onda do infravermelho conhecidos de serem absorvidos pelo metano, descontando outras participações de sobreposição.

Os resultados mostraram claramente que o efeito estufa na atmosfera terrestre aumentou substancialmente com o contínuo e significativo aumento nas concentrações de metano a partir do ano de 2007. Aliás, entre 2002 e 2007, onde houve uma pausa no aumento médio das emissões de metano ao redor do mundo, houve também uma estabilização do efeito estufa devido ao metano, como pode ser visto no gráfico abaixo.

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Os gases estufas aprisionam energia térmica na atmosfera ao absorverem o infravermelho emitido pela superfície terrestre aquecida pelos raios solares, e a intensificação excessiva desse processo leva ao Aquecimento Global (1). Até o momento, sabia-se que o metano tinha um forte papel nesse processo a partir de estudos laboratoriais, envolvendo cálculos teóricos e modelos práticos. Diferente do dióxido de carbono, porém, nenhuma detecção fora de laboratórios havia sido feita para o metano.

É válido mencionar que o novo estudo mostrou que o completo impacto do metano no efeito estufa está também vinculado à dinâmica da água na atmosfera, com ambos exercendo um efeito conjunto no aquecimento atmosférico (dependência da distribuição vertical do vapor d´água).

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