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Uma camada de poeira de sal pode ser usada para resfriar o planeta


Para deter o avanço do Aquecimento Global, várias estratégias estão sendo planejadas ou colocadas em prática pela comunidade científica. Enquanto a mais fácil e óbvia ação - e o principal foco dos esforços internacionais - é a redução das emissões de gases estufas (o dióxido de carbono, por exemplo), outro método proposto utiliza o que se chama de geoengenharia, com o objetivo de indiretamente resfriar o planeta ao diminuir o aquecimento da superfície terrestre pelos raios solares. E o componente mais efetivo para isso pode ser o nosso tão conhecido sal de cozinha, segundo o reporte de cientistas na Lunar and Planetary Science Conference 2018 (Ref.1).

Por várias décadas os cientistas têm sugerido usar geoengenharia para controlar o clima no planeta em uma certa extensão. Basicamente, o que se busca é a injeção de micro-partículas, chamadas de aerossóis, nas altas camadas da atmosfera - geralmente na estratosfera, uma região quase sem eventos climáticos (calma) a cerca de 18 km de altitude - para a reflexão dos raios solares energéticos de volta para o espaço. Essa estratégia imita as grandes erupções vulcânicas, as quais injetam grandes quantidades de materiais particulados na atmosfera que agem temporariamente resfriando o planeta (1).

Para alcançar esse objetivo, geralmente os cientistas propõem o uso de sulfatos - partículas que se formam na estratosfera a partir do dióxido de enxofre ejetado pelos vulcões -, ou outras substâncias com um alto poder de reflexão, como poeira de diamante ou óxido de alumínio. Porém, todas esses materiais propostos possuem problemas. O dióxido de enxofre, por exemplo, pode catalisar a destruição da camada de ozônio (que também se encontra na estratosfera) e/ou causar chuva ácida ao se combinar quimicamente com as moléculas de água. Já o pó de alumina (óxido de alumínio) pode ser inalado pelos pulmões e causar doenças crônicas similar à silicose para quem está lidando com o material.

Nesse sentido, pesquisadores agora propuseram o uso do mais do que comum sal de cozinha (cloreto de sódio). Muito barato e inofensivo para a saúde humana (em termos de inalação), os cristais desse sal são altamente reflexivos - mais do que a alumina no caso da ação climática - e ainda podem possuir um efeito extra: pulverizados em partículas pequenas o suficiente e no formato certo, o sal espalhado na atmosfera não bloquearia o infravermelho sendo emitido pela superfície terrestre aquecida (radiação a qual é a responsável pelo efeito estufa ao ser aprisionada por gases como dióxido de carbono e por partículas diversas, como os sulfatos). Em outras palavras, o sal seria o ingrediente perfeito para ser usado em geoengenharia visando as mudanças climáticas, se não fosse duas problemáticas.

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Essa não é a primeira vez que o sal de cozinha é considerado como alternativa para os aerossóis. Essa proposta possui origem no projeto chamado Stratospheric Particle Injection for Climate Engineering, o qual foi cancelado em 2012. O cloreto de sódio é metade sódio metade cloro, esse último elemento o qual (na forma de radical) pode contribuir para a destruição da camada de ozônio caso seja desprendido dos cristais de sal via reações radicalares. Além disso, por causa do grande poder higroscópico do cloreto de sódio, a escassa quantidade de água na estratosfera poderia afetar a formação de nuvens nas altas camadas da atmosfera, com efeitos desconhecidos para o clima do planeta.

Porém, agora, os pesquisadores propuseram injetar os aerossóis desse sal não na estratosfera, mas na alta porção da troposfera (nossa camada atmosférica), acima das nuvens mas abaixo da estratosfera. As partículas ficariam menos estáveis e durariam menos tempo na atmosfera (por causa da maior quantidade de eventos climáticos), mas se a efetividade for suficiente, o sal futuramente pode entrar como uma das armas contra o Aquecimento Global.

De qualquer forma, a geoengenharia traria apenas um efeito paliativo, não uma solução de longo prazo. O foco pesado ainda precisa ser a redução das emissões de gases estufa, considerando o grande consenso científico da ação antropogênica nas mudanças climáticas.

(1) Para saber mais, acesse o artigo: Aquecimento Global: Uma Problemática Verdade

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Referências:
1. https://www.hou.usra.edu/meetings/lpsc2018/pdf/1834.pdf
2. http://www.sciencemag.org/news/2018/03/dusting-salt-could-cool-planet

Uma camada de poeira de sal pode ser usada para resfriar o planeta Uma camada de poeira de sal pode ser usada para resfriar o planeta Reviewed by Saber Atualizado on março 21, 2018 Rating: 5

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