Exposição aos aerossóis do cigarro eletrônico causam deformidades craniofaciais em ratos

Em um estudo apresentado na 47th Annual Meeting of the American Association for Dental Research (AADR), pesquisadores mostraram que a exposição de ratos fêmeas grávidas aos vapores do e-cigarro levam a anormalidades estruturais na região craniofacial dos fetos em desenvolvimento.

Os e-cigarros são dispositivos eletrônicos que geram um vapor de arraste a partir do aquecimento de uma mistura líquida volátil primariamente composta de propileno glicol (PG), glicerol ou glicol vegetal (VG), nicotina, flavorizantes e colorantes. Enquanto cigarros tradicionais são conhecidos de afetarem a estrutura craniofacial de fetos no útero - gerando diversas deformidades congênitas -, pouco é conhecido sobre os efeitos do e-cigarro no desenvolvimento craniofacial.

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Nesse sentido, os pesquisadores analisaram o efeito de pequenas partículas (aerossóis) geradas durante a produção do vapor de e-cigarro em ratos fêmeas grávidas de 10 meses de idade, divididos em quatro grupos de testes e um de controle. Quatro líquidos de e-cigarros foram utilizados, com um contendo apenas a mistura volátil sem aditivos e um possuindo flavorizantes não contendo nicotina, e com mais dois possuindo as mesmas composições mas contendo nicotina. Os embriões em desenvolvimento foram coletados e analisados via micro-tomografia computatorizada. As imagens geradas foram reconstruídas em 3D e uma comparação entre os grupos de teste e um grupo de controle (sem a exposição aos aerossóis do e-cigarro) foi realizada.

Os resultados mostraram que a exposição in vivo aos aerossóis do cigarro eletrônico geraram significativas mudanças craniofaciais, incluindo o estreitamento e o encurtamento da área orofacial, tanto nos líquidos puros quanto nos líquidos com flavorizantes, sem ou com nicotina. O líquido com flavorizante e com nicotina foi o que gerou os maiores efeitos de deformidade em todos os aspectos orofaciais, como a distância entre a mandíbula e a pré-maxila e o osso occipital.

As novas evidências são mais um alerta em relação ao crescente uso desses dispositivos (vendidos muitas vezes como algo totalmente seguros) e é ainda um reforço para que as grávidas fiquem bem longe tanto do e-cigarro quanto do cigarro tradicional (1).

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