ALERTA: Pesquisadores confirmam forte ligação entre a gripe e os ataques cardíacos

De acordo com um estudo publicado ontem na New England Journal of Medicine, e realizado por pesquisadores do  Institute for Clinical Evaluative Sciences (ICES) e Public Health Ontario (PHO), as chances de um ataque cardíaco são elevadas em 6 vezes durante os primeiros sete dias após a infecção ter sido detectada por testes de laboratório. Esse resultado mais do que confirma estudos anteriores mostrando que infartos agudos do miocárdio podem ser acionados por uma infecção respiratória aguda.

No geral, os pesquisadores encontraram uma significativa associação entre as infecções agudas respiratórias - especialmente a gripe - e infarto agudo do miocárdio. O risco pode ser maior para adultos mais velhos (65 anos ou mais), pacientes com infecções pelo Influenza B (um dos tipos do vírus da gripe - influenza), e pacientes que nunca tiveram um ataque cardíaco. Os pesquisadores também encontraram um elevado risco - apesar de não tão elevado quanto para a gripe - para as infecções por outros vírus no aparelho respiratório.

Para chegar nessas conclusões, os pesquisadores analisaram quase 20 mil adultos com infecções confirmadas pelo influenza de 2009 a 2014, e identificaram 364 pacientes que foram hospitalizados com um ataque cardíaco dentro de 1 ano depois ou 1 ano antes do teste positivo para o influenza. Desses, 20 ocorreram durante o intervalo de risco (primeiros 7 dias após a confirmação da gripe por teste laboratorial) e 344 ocorreram durante o intervalo de controle (1 ano antes ou depois dos 7 dias). No intervalo de risco - associado à infecção pelo influenza - as chances de um infarto agudo do miocárdio eram 6,05 vezes maiores do que para o grupo de controle.

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Segundo os autores do estudo, isso reforça a importância das vacinações, e pessoas com maior risco de um ataque cardíaco deveriam tomar maiores precauções para prevenir infecções respiratórias, especialmente com o vírus influenza. Apenas lavar a mão e outros cuidados do tipo podem não ser o suficiente de acordo com estudos recentes (1). Os achados ainda corroboram outros estudos acumulados nos últimos anos que mostravam uma associação positiva entre a vacinação contra a gripe e a redução dos eventos cardiovasculares adversos e taxa de mortalidade.

Especialistas já pedem que as agências internacionais de saúde reforcem as orientações para que pessoas com risco de um ataque cardíaco busquem se vacinar contra a gripe.


(1) Para entender mas sobre o assunto, acesse:  Estudo mostra que o vírus da gripe se espalha perigosamente pelo ar com o simples ato de respirar

Publicação do estudo: NEJM