Poluição luminosa: A noite está sendo perdida ao redor do mundo

Um recente estudo publicado na Science Advances usou dados de fotos de um satélite da NASA à noite produzidas com base em um dispositivo chamado de 'radiômetro' (usado especificamente para medir a luminosidade da luz à noite) e revelou que a luz artificial produzida pela nossa sociedade está crescendo substancialmente e de forma preocupante ano após ano.

Entre 2012 e 2016, a área no nosso planeta iluminada por luzes artificiais à noite cresceu cerca de 2,2% ao ano, e com uma aumento na intensidade de radiância de 1,8% ao ano. Segundo os pesquisadores, uma "perda de noite" em vários países está tendo consequências negativas para a fauna e a fauna como um todo, incluindo prejuízos para a saúde humana.

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Essa assim chamada "Revolução da Luz" é um fenômeno já iniciado desde a introdução da luz elétrica, com um aumento de luminosidade de 3 a 6% ao ano a partir da segunda metado do século 20. Com a contínua otimização da eficiência de produção luminosa (lâmpadas fluorescentes, LED, etc.) e aumento do PIB em vários países, a tendência de crescimento da luminosidade, apesar de diminuída nas últimas décadas, continua em grande alta.

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Essa maior luminosidade à noite já foi mostrada de atrapalhar a atividade noturna de polinização das plantas, chega a desregular o desenvolvimento de árvores, altera dramaticamente o comportamento de pássaros de migração noturna e a maior emissão de luz no espectro azul possui um grande impacto na qualidade do sono das pessoas, diminuindo substancialmente a secreção do hormônio melatonina.

E a maior luminosidade não é necessariamente um efeito colateral de um maior crescimento econômico de uma nação. Isso pode ser visto nos EUA e na Alemanha, onde houveram fortes crescimentos na economia, mas não um aumento geral significativo na luminosidade total nos últimos 4 anos. Porém, como a luz vai barateando cada vez mais - através da otimização tecnológica -, quando um país cresce fica mais tentador instalar mais luzes, pelo simples desejo de compra, não por necessidade.

Ainda é incerto se países em desenvolvimento, assim como países desenvolvidos, estão caminhando para um ponto de saturação na produção de luminosidade, ou se o aumento luminoso continuará crescendo continuamente. A última possibilidade preocupa muito.


Publicação do estudo:  Science