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Bebês recém-nascidos parecem ter uma leitura ocidental dos números



Imagine que alguém deu uma lista de números para você agrupá-los do menor para o maior. Bem, se você está inserido na cultura ocidental, as chances são grandes - praticamente absolutas - de você ordenar do menor para o maior seguindo uma orientação da esquerda para a direita, seja de forma espacial ou na escrita. Já se você for como Hebreus, Árabes ou Japonês, onde sua principal linguagem é lida da direita para a esquerda (estilo 'mangá'), a história se inverte. Porém, apesar disso à primeira vista parecer algo moldado pela cultura, alguns animais, como as galinhas (Gallus gallus domesticus) também possuem uma orientação tendenciosa de "ler" números/quantidades crescentes da esquerda para a direita.



Nesse sentido, pesquisadores da Universidade de Descartes, Paris, resolveram testar se os bebês humanos recém nascidos possuem essa tendência de associar menores quantidades com a esquerda e maiores quantidades com a direita. Mas entender o que se passa na cabeça de bebês tão novos não é fácil, o que fez os pesquisadores criarem padrões sonoros para trazerem a ideia associativa de quantidade para eles. Nesse estudo, publicado na Current Biology, participaram 80 recém-nascidos, com uma média de 45 horas de existência fora do útero da mãe (0-3 dias).

Basicamente, os pesquisadores tocaram clipes sonoros de sílabas repetidas, como "ba" ou "ta", 6 vezes para alguns bebês e 18 para outros. Em outras palavras, os pesquisadores associaram o número de sílabas com a ideia de quantidade. Logo em seguida, eles mostraram para os bebês retângulos de diferentes tamanhos em uma tela. Aqueles que ouviram 6 sílabas viram um pequeno retângulo, enquanto aqueles que ouviram 18 sílabas viram um maior.

Cerca de 1 minuto depois, aqueles que inicialmente ouviram 6 sílabas ouviram, então, 18 sílabas, e foram-lhes dado uma escolha: eles viram dois retângulos maiores no lado esquerdo e no diretio de uma tela dividida. Pesquisadores - e um grupo de observadores independentes - esperaram para ver em qual deles os bebês iriam focar. Se existisse realmente uma tendência de leitura de quantidades da esquerda para a direita neles, esse grupo de bebês iria escolher preferencialmente o retângulo da direita, já que ouviram uma quantidade menor indo para a maior. Já no grupo que ouviu primeiro 18 sílabas e, então, 6 sílabas, iria focar mais na esquerda, associando a ideia de maior quantidade para a menor quantidade indo para a esquerda.

E após vários testes, repetindo as análises múltiplas vezes com diferentes bebês, os pesquisadores confirmaram essa contagem tendenciosa. Em média, bebês que ouviram 6 sílabas seguidas de 18 sílabas olharam para o retângulo da direita duas vezes mais demoradamente do que o da esquerda, com o oposto ocorrendo quando eram 18 sílabas seguidas de 6 sílabas. A única situação onde os bebês não fizeram distinção entre as figuras da direita e da esquerda foi quando os pesquisadores testaram as 6 sílbas com com uma sonoridade mais prolongada para que o tempo sonoro ficasse igual entre 6 e 18, o que reforça ainda mais que os bebês estavam associando realmente quantidades.

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Para os pesquisadores envolvidos, os humanos podem ter evoluído essa associação entre números e orientação espacial para fornecer blocos mentais de construção para o aprendizado de conceitos de matemática básica. Nesse sentido, todos os bebês recém-nascidos no mundo teriam essa preferência em associar menores quantidades com a esquerda e maiores quantidades com a direita, e com as diferentes culturas depois reforçando ou revertendo isso.

Mas é válido dizer que alguns pesquisadores ainda não confiam plenamente nos resultados obtidos, porque mesmo os bebês tendo poucas horas, ou dias, de vida, ainda existe a possibilidade deles já terem sido influenciados pelo ambiente ao redor sendo dirigido da esquerda para a direita (os experimentos foram feitos em Paris, local onde as pessoas leem e escrevem da direita para a esquerda). Mesmo essa possibilidade sendo pouco provável, testes com bebês em outros locais do mundo, e também outros estudos independentes, trarão mais confiança aos achados.

Publicação do estudo: Cell

Referência adicional: Science (Blog)
Bebês recém-nascidos parecem ter uma leitura ocidental dos números Bebês recém-nascidos parecem ter uma leitura ocidental dos números Reviewed by Saber Atualizado on dezembro 08, 2017 Rating: 5

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