Osso fossilizado do Paleolítico revela um potencial humano sendo devorado por outro hominídeo
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Figura 1. Tíbia fossilizada trazendo marcas perpendiculares [destaque] ao longo seu eixo. |
- Atualizado no dia 26 de fevereiro de 2025 -
Há ~1,45 milhão de anos, no Pleistoceno Inferior, um humano (Homo) ou ancestral humano foi devorado por outro humano ou ancestral humano, concluiu estudo publicado recentemente na Scientific Reports (Ref.1). No caso, pesquisadores revelaram marcas de corte com ferramentas de pedra em um osso fossilizado da tíbia indicativas de remoção de carne por indivíduos que sabiam usar ferramentas para alimentação (Fig.1). O osso foi encontrado na região de Turkana, no Quênia. É incerto se foi um ato de canibalismo. Pode ter sido um Homo erectus se alimentando de outra espécie de hominini humano ou não (ex.: Australopithecus afarensis, Homo habilis ou Paranthropus boisei), ou vice-versa.
> O achado se soma a várias outras evidências de canibalismo ou consumo de humanos por outros humanos ao longo da história evolutiva humana, e reforça também a natureza carnívora dos humanos e ancestrais. Fica a sugestão de leitura: Humanos foram hipercarnívoros durante a maior parte da nossa linhagem evolutiva
> Evidência mais recente em fragmentos ósseos descobertos em uma caverna na Polônia aponta que canibalismo entre humanos modernos (Homo sapiens) pré-históricos era parte comum da cultura de grupos Magdalenianos na Idade do Gelo Tardia, há 18 mil anos, na Europa Central. Ref.2
> Existe evidência direta (pegadas fossilizadas) de convivência no mesmo espaço e período entre humanos (provavelmente H. erectus) e gênero Paranthropus (provavelmente P. boisei). Para mais informações, acesse este fio no Threads.
(1) REFERÊNCIA
- Pobiner et al. (2023). Early Pleistocene cut marked hominin fossil from Koobi Fora, Kenya. Scientific Reports 13, 9896. https://doi.org/10.1038/s41598-023-35702-7
- Marginedas et al. (2025). New insights of cultural cannibalism amongst Magdalenian groups at Maszycka Cave, Poland. Scientific Reports 15, 2351. https://doi.org/10.1038/s41598-025-86093-w
