Últimas Notícias

[5]

Medicamento da Pfizer testado no Brasil reduz falha respiratória e morte por COVID-19


Em um estudo clínico duplo-cego, placebo-controlado, randomizado, conduzido no Brasil e publicado no periódico The New England Journal of Medicine (1), pesquisadores testaram um fármaco desenvolvido pela Pfizer (tofacitinib) para o tratamento de pacientes hospitalizados com pneumonia provocada pela COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). O estudo analisou um total de 289 pacientes em 15 diferentes regiões do território Brasileiro, os quais foram aleatoriamente divididos em dois grupos: um recebendo uma dose de 10 mg do fármaco duas vezes ao dia por 14 dias, e o outro recebendo placebo (mesma dose e administração). No geral, 89,3% dos pacientes (controle e placebo) também receberam glicocorticoides (ex.: dexametasona) como tratamento padrão, e nenhum estava sob ventilação invasiva ou não-invasiva.


- Continua após o anúncio -


Os resultados do estudo clínico mostraram que a incidência cumulativa de morte ou falha respiratória ao longo de 28 dias foi de 18,1% no grupo recebendo tofacitinib e de 29,0% no grupo placebo (redução de 42% no risco). Morte por qualquer causa do longo dos 28 dias ocorreu em 2,8% dos pacientes recebendo tofacitinib e em 5,5% naqueles recebendo placebo (redução no risco de morte de 51%). Tempo de hospitalização e de estadia na unidade de tratamento intensivo (UTI) foram similares entre os dois grupos. 


Eventos adversos sérios ocorreram em 20 pacientes (14,1%) no grupo tofacitinib e em 17 (12,0%) no grupo placebo. Entre os eventos adversos de especial interesse, trombose em veias profundas, infarto do miocárdio, taquicardia ventricular, e miocardite ocorreram em 1 paciente cada no grupo tofacitinib; derrame hemorrágico e choque cardiogênico ocorreram em 1 paciente cada no grupo placebo. A incidência se séria infecção ocorreu foi de 3,5% no grupo tofacitinib e de 4,2% no grupo placebo. Eventos adversos outros que não morte que levaram à descontinuação do regime de tratamento ocorreram em 11,3% no grupo tofacitinib e em 3,5% no grupo placebo, e os mais comuns foram aumento nos níveis de aminotransferase (enzima hepática, cuja elevação indica lesão no fígado) e linfopenia (baixa contagem de linfócitos, um tipo de glóbulo branco).


Manifestações severas da infecção pelo SARS-CoV-2 estão associadas  com uma resposta imune exagerada dirigida pela interleucina-6, fator de necrose tumoral α, e outras citocinas em um padrão chamado de "tempestade de citocinas" (excesso de inflamação). O fármaco tofacitinib é um inibidor seletivo da cinase Janus (JAK)1 e JAK3, com seletividade funcional para a JAK2, que bloqueia os caminhos de transdução intracelular após uma citocina ser ligada ao seu receptor. Como consequência, nenhuma resposta celular é ativada, e a produção de citocinas inflamatórias é indiretamente suprimida. O tofacitinib também modula a ação de interferons e da interleucina-6, reduzindo a liberação de citocinas por células-T auxiliares tipo 1 e tipo 17, as quais estão implicadas na patogênese da síndrome do estresse respiratório agudo.


- Continua após o anúncio -


Portanto, a ação do tofacitinib - administrado pela via oral - sobre múltiplos caminhos críticos da cascata inflamatória pode atenuar as lesões pulmonares progressivas e fomentadas por respostas inflamatórias nos pacientes hospitalizados com COVID-19. Inibição das cinases Janus (JAK) através de fármacos diversos pode se mostrar um auxiliar importante junto aos glucocorticoides e outros fármacos (ex.: Remdesivir) para o tratamento de pacientes hospitalizados e com um quadro moderado a severo de COVID-19, mas que não estejam sob ventilação mecânica.



O tofacitinib é uma medicação originalmente usada para o tratamento de casos severos de artrite reumatoide ativa ou artrite psoriásica ativa, em pacientes que não tiveram uma resposta adequada ou que tiveram uma intolerância ao metotrexato. É também usado para casos moderados a severos de colite ulcerativa ativa. É um medicamento com custo elevado, e o preço de 56 tabletes de 5 mg é superior a €1,1 mil (2).


Porém, importante reforçar, mais estudos clínicos de alta qualidade e de grande porte serão necessários para corroborar os achados. O novo estudo (STOP-COVID), apesar da alta qualidade, é de médio porte. 


(1) Publicação do estudo: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2101643


(2) Referênciahttps://thesocialmedwork.com/xeljanz-tofacitinib

Medicamento da Pfizer testado no Brasil reduz falha respiratória e morte por COVID-19 Medicamento da Pfizer testado no Brasil reduz falha respiratória e morte por COVID-19 Reviewed by Saber Atualizado on junho 17, 2021 Rating: 5

Sora Templates

Image Link [https://2.bp.blogspot.com/-XZnet68NDWE/VzpxIDzPwtI/AAAAAAAAXH0/SpZV7JIXvM8planS-seiOY55OwQO_tyJQCLcB/s320/globo2preto%2Bfundo%2Bbranco%2Balmost%2B4.png] Author Name [Saber Atualizado] Author Description [Porque o mundo só segue em frente se estiver atualizado!] Twitter Username [JeanRealizes] Facebook Username [saberatualizado] GPlus Username [+jeanjuan] Pinterest Username [You username Here] Instagram Username [jeanoliveirafit]