Revelado mais antigo enterro conhecido da nossa espécie
Em um estudo publicado no periódico Nature (1), pesquisadores reportaram e descreveram o mais antigo enterro conhecido de um indivíduo da nossa espécie (Homo sapiens) na África, há cerca de 78 mil anos, na Idade Média da Pedra. Os vestígios ósseos do enterro (A) foram encontrados em uma caverna na Costa Queniana, em uma localização chamada de Panga ya Saidi. Análises biológicas revelaram que os vestígios ósseos pertenciam a uma criança com idades de 2,5 a 3 anos de idade, a qual foi apelidada de 'Mtoto' ("criança" em Swahili). Análises geoquímicas, granulométricas e micromorfológicas dos ossos e do solo ao redor confirmaram que o local foi deliberadamente escavado, que o corpo foi rapidamente coberto após o enterro e que a decomposição foi iniciada na cova, ou seja, Mtoto foi intencionalmente enterrada pouco depois da sua morte. Em (B), a provável posição inicial do corpo quando enterrado, com possível presença de um travesseiro.
Enterros intencionais - expressão simbólica tipicamente associada ao profundo impacto da perda de um indivíduo estimado - há mais de 30 mil anos de humanos modernos (H. sapiens) são achados arqueológicos relativamente raros, especialmente fora da Europa. No território Europeu, existem enterros de humanos modernos e de Neandertais (Homo neanderthalensis) de até 120 mil anos atrás, mas não associados com os humanos que contribuíram para a atual população humana.
Complexos comportamentos simbólicos associados aos humanos modernos, como uso de joias e práticas de pinturas, emergiram na África há pelo menos 125-100 mil anos, sugerindo também que a prática de enterro pode ter emergido primeiro na África, e não na Europa. O novo achado (Mtoto) é uma importante evidência nesse sentido.
(1) Publicação do estudo: https://www.nature.com/articles/s41586-021-03457-8
Reviewed by Saber Atualizado
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maio 19, 2021
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