Darwin estava certo de novo: Universalidade das expressões faciais humanas é confirmada
Em qualquer lugar do mundo, todos os humanos usam variações das mesmas expressões faciais em contextos sociais similares. Essa foi a conclusão de um estudo publicado recentemente na Nature (1), onde os pesquisadores confirmaram a universalidade das expressões de emoção humana ao longo de limites geográficos e culturais. Através de tecnologia baseada em rede neural profunda (máquina de aprendizado), os pesquisadores analisaram as expressões faciais em cerca de 6 milhões de videoclipes no YouTube - em diferentes contextos - pertencentes a pessoas em 144 países da América (Norte, Sul e Central), África, Europa e Ásia.
Uma típica face humana possui 43 diferentes músculos que podem ser ativados ao redor dos olhos, nariz, boca, maxilares, queixo e sobrancelha para fazer milhares de diferentes expressões. A robusta análise no novo estudo revelou, em particular, 16 expressões faciais mais comuns a situações emocionais compartilhadas por pessoas ao redor do mundo, mostradas na imagem acima. Essas situações emocionais englobam: divertimento, raiva, medo, concentração, confusão, desprezo, contentamento, desejo, decepção, dúvida, arrogância, interesse, dor, tristeza, surpresa e triunfo.
No geral, os resultados do estudo mostraram que as pessoas de diferentes culturas e etnias compartilham cerca de 70% das expressões faciais usadas em resposta a diferentes situações emocionais e sociais. Isso suporta a hipótese de Charles Darwin no final do século XIX de que a expressão de emoções na face é universal entre os humanos, derivadas do ancestral comum da nossa espécie na África e provavelmente espelhando respostas adaptativas a importantes desafios e oportunidades no ambiente.
(1) Publicação do estudo: https://www.nature.com/articles/s41586-020-3037-7