Uso frequente de maconha em indivíduos jovens está associado com redução no QI
Em um estudo de revisão sistemática e meta-análise publicado hoje no periódico Psychological Medicine (1), pesquisadores da Universidade de Medicina e de Ciências Médicas RCSI, Irlanda, encontraram que adolescentes que usam frequentemente ou que são dependentes de maconha podem experienciar um significativo declínio no Quociente de Inteligência (QI) ao longo do tempo. Os resultados revelaram declínios de aproximadamente 2 pontos no QI comparado com adolescentes que não usavam maconha. Análises subsequentes sugeriram que esse declínio de QI estava primariamente relacionado com a redução no QI ligado a funções verbais.
Na adolescência o cérebro ainda está em desenvolvimento, e interferências no sistema endocanabinoide pode trazer sérios prejuízos. Vários estudos suportam danos no cérebro adolescente com o uso de maconha, e mesmo um uso esporádico mínimo está associado com mudanças morfológicas no volume cerebral nessa faixa de idade (2). O uso frequente de maconha na adolescência está associado inclusive a um elevado risco de sérias doenças mentais, como esquizofrenia.
(2) Leitura complementar: Fumo e uso recreativo da maconha: Lobo na pele de cordeiro
O novo estudo traz mais evidência dos potenciais danos neurológicos e cognitivos associados ao uso de maconha por adolescentes e jovens adultos. A revisão envolveu a análise de sete estudos longitudinais englobando 808 indivíduos jovens que usavam maconha pelo menos uma vez por semana por um mínimo de 6 meses e 5308 indivíduos jovens que não usavam maconha (controle). Na média, os participantes foram acompanhados por 18 anos em seis estudos e por 38 anos em um estudo.