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Cientistas pela primeira vez encontram microplásticos em placentas humanas

 
Em um estudo publicado recentemente no periódico Environment International (1), pesquisadores identificaram e reportaram pela primeira vez a presença de microplásticos em placentas humanas, uma consequência da crescente poluição plástica no planeta gerada pelos humanos. Micropartículas e microplásticos na placenta, junto com interferentes endócrinos transportados por eles, podem ter deletérios efeitos de longo prazo na saúde humana.


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No último século, a produção global de plásticos alcançou 320 milhões de toneladas por ano, e acima de 40% é usada para a produção de sacolas de uso único, portanto produzindo enorme quantidade de lixo plástico a curto prazo. Na Europa. a produção de plástico alcançou 58 milhões de toneladas em 2014. Agentes atmosféricos, como ondas, abrasão, radiação ultravioleta e foto-oxidação em combinação com a atividade bacteriana degradam fragmentos de resíduos plásticos em micro- e nanopartículas de plástico.


Microplásticos são partículas menores do que 5 milímetros derivadas da degradação de objetos plásticos presentes no ambiente, ou mesmo de microplásticos intencionalmente produzidos para o uso humano. Hoje, microplásticos estão presentes em todo lugar, desde água até alimentos. Microplásticos podem se mover do ambiente para organismos vivos, incluindo mamíferos, e já foram detectados no trato gastrointestinal de animais marinhos - especialmente moluscos (2) - e também no intestino humano.


Dentro de tecidos vivos dos animais, os microplásticos são considerados corpos estranhos pelo sistema imune, e podem engatilhar deletérias imunorreações locais. Somando-se a isso, 144 compostos químicos conhecidos de serem prejudiciais à saúde humana são ativamente usados nos plásticos para funções diversas, desde ação antimicrobiana até colorantes, retardante de chamas e solventes, muitas delas representando substâncias endócrino-disruptoras (3). Os microplásticos também podem agir como transportadores de outros compostos químicos do ambiente, como poluentes, os quais podem ser liberados e são associados com efeitos prejudiciais ao corpo humano. 


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No novo estudo, os pesquisadores analisaram seis placentas humanas, coletadas consensualmente de mulheres no pós-parto, em um hospital da região Italiana de de Isola Tiberina, Roma. A análise foi realizada com a técnica de Microespectroscopia Raman para avaliar a presença de microplásticos. No total, 12 fragmentos microplásticos foram encontrados em 4 placentas (5 no lado fetal, 4 no lado maternal e 3 nas membranas corioamnióticas). Os pesquisadores analisaram os microplásticos detectados em termos de morfologia e composição química, encontrando que todos eram pigmentados. Três deles foram identificados como propileno - um polímero termoplástico -, enquanto nos outros nove só foi possível identificar os pigmentos associados - e comumente usados para pinturas, adesivos, esmalte de unhas, cosméticos e outros produtos de uso pessoal.


 Os pesquisadores ainda não sabem como essas micropartículas de plástico alcançaram a corrente sanguínea e posteriormente a placenta, mas a porta de entrada pode ter sido tanto as mucosas do trato respiratório (superior e/ou inferior) quanto o sistema gastrointestinal, via absorção celular (endocitose) ou difusão (transporte paracelular).


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Potencialmente, os microplásticos - e as micropartículas em geral - podem alterar vários caminhos de regulação celular na placenta, como mecanismos de imunidade durante a gravidez, sinalização do fator de crescimento durante e após a implantação, funções de receptores de quimocinas atípicas governando a comunicação maternal-fetal, sinalização entre o embrião e o útero, e tráfico de células dendríticas uterinas, células exterminadoras naturais, células-T e macrófagos durante o curso da gravidez. Todos esses efeitos podem levar a resultados adversos da gravidez, incluindo pré-eclâmpsia e restrição do crescimento fetal. Piora a situação a liberação de contaminantes tóxicos que essas micropartículas podem carregar.



(1) Publicação do estudo: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0160412020322297


Referências adicionais:

Cientistas pela primeira vez encontram microplásticos em placentas humanas Cientistas pela primeira vez encontram microplásticos em placentas humanas Reviewed by Saber Atualizado on dezembro 11, 2020 Rating: 5

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